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Ex-premiê paquistanês Nawaz Sharif é condenado a 10 anos por corrupção

06/07/2018 10h09

Islamabad, 6 jul (EFE).- Um tribunal anticorrupção condenou nesta sexta-feira a 10 anos de prisão o ex-primeiro-ministro do Paquistão Nawaz Sharif pela propriedade de quatro apartamentos de luxo em uma área nobre de Londres, no Reino Unido, um ano depois de ser inabilitado como político e faltando três semanas para a realização de eleições gerais no país asiático.

"A defesa não foi capaz de demonstrar como foram adquiridos os apartamentos e qual foi a fonte do dinheiro", disse à Agência Efe o promotor do caso Sardar Muzaffar, acrescentando que se ordenou a apreensão das propriedades adquiridas pela família do político em 1993.

O juiz Mohammed Bashir do Escritório de Responsabilidade Nacional (NAB, na sigla em inglês), um órgão anticorrupção, também sentenciou a filha de Nawaz, Maryam, a sete anos de prisão pela propriedade dos apartamentos e a mais um ano por apresentar documentos falsos.

O marido de Maryam, Mohammed Safdar Awan, foi condenado também a um ano de prisão por não cooperar.

Além das penas de prisão, o juiz determinou uma multa de 8 milhões de libras (9 milhões de euros) ao ex-primeiro-ministro e outra de 2 milhões de libras (2,5 milhões de euros) à sua filha.

Sharif, de 68 anos, está em Londres acompanhando sua esposa doente de câncer e foi inabilitado em julho de 2017 pelo Tribunal Supremo por não revelar um salário que recebeu de uma empresa de um filho, uma irregularidade que surgiu durante investigação iniciada por causa dos Panama Papers.

A sentença impede Maryam, considerada sucessora política de Nawaz, concorrer às eleições gerais de 25 de julho, em um novo golpe para o partido Liga Muçulmana do Paquistão (PML-n), que viu vários dos seus membros presos ou acusados de corrupção nos últimos meses.

Nawaz denunciou que foi inabilitado porque seu Governo acusou de traição o ex-ditador militar Pervez Musharraf.