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Protestos continuam no Haiti enquanto presidente pede fim da violência

08/07/2018 13h51

Porto Príncipe, 8 jul (EFE).- A capital do Haiti e outras localidades do país continuam a ser palco de violentos protestos populares neste domingo, embora o governo tenha suspendido o aumento no preço do combustível e o presidente, Jovenel Moise, pedido calma à população.

A queima de pneus e o bloqueio de estradas continuou pelo terceiro dia seguido em Porto Príncipe, enquanto o aeroporto Toussaint Louverture permanece fechado.

"Escutei a mensagem clara, vocês não estão de acordo com a decisão sobre a alta dos preços (dos combustíveis). Desistimos da medida e peço a todos para que mantenham a calma e retornem às suas casas", disse o líder em mensagem divulgada na noite de sábado.

O chefe de Estado revelou que foi ele mesmo quem pediu ao primeiro-ministro haitiano, Jack Guy Lafontant, para que suspendesse o aumento no preço da gasolina que havia sido anunciado na tarde de ontem através pelo Twitter.

"Pedi para que o governo reconsiderasse a decisão de eliminar os subsídios aos preços dos produtos do petróleo. O primeiro-ministro o fez. O preço do combustível continua sendo o que era antes em todo o território nacional. Não há um aumento nos preços da gasolina", declarou Moise.

No entanto, os protestos e saques a estabelecimentos comerciais continuaram neste domingo, em uma mistura de manifestações e vandalismo impossível de ser controlada até agora pela polícia, que também estabeleceu barricadas em alguns setores para impedir que a violência avance.

A violência explodiu na sexta-feira passada, quando o governo anunciou que no dia seguinte entraria em vigor um forte aumento no preço dos combustíveis.

As autoridades determinaram aumentos de 49% no preço da gasolina; 40% no diesel e mais de 50% no querosene, este último muito utilizado para iluminar as casas haitianas da população com pouco poder aquisitivo.

A alta nos combustíveis faz parte do pacote de medidas que o governo haitiano aplicou como parte de um programa de ajustes assinado em fevereiro com o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o propósito de reduzir o déficit fiscal do país.