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López Obrador manterá Exército nas ruas por garantia de segurança no México

24/08/2018 15h56

México, 24 ago (EFE).- O presidente eleito do México, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, anunciou nesta sexta-feira que manterá o Exército e a Marinha patrulhando as ruas para garantir a segurança, já que a Polícia Federal ainda "não está preparada" para isso.

"Seria muito irresponsável da minha parte dizer para os soldados e marinheiros retornaram aos seus quartéis, e deixar as pessoas em um estado de vulnerabilidade", disse em entrevista coletiva López Obrador, que assumirá a Presidência em 1 de dezembro.

Depois de se reunir com sua equipe de transição, o presidente eleito lamentou que "a Polícia Federal não esteja preparada para substituir a atuação dos soldados e fuzileiros navais", e afirmou que existe a "opinião generalizada" de que as polícias estaduais e municipais "não estão funcionando".

O futuro presidente eleito reprovou o anterior governo por não ter capacitado um corpo policial para combater a insegurança, por isso que sentenciou que por enquanto "não existe alternativa" ao uso das Forças Armadas.

"O estado da Polícia Federal é lamentável, não têm nem pelo menos quartéis. Os mandam aos estados sem apoio e os soldados são obrigados a acampar, em situações realmente lamentáveis", disse o próximo presidente.

Por isso, López Obrador, de Movimento Regeneração Nacional (Morena), reiterou que se encarregará "pessoalmente" de coordenar todas as forças de segurança para que "a médio ou longo prazo" possa ser criada uma Guarda Nacional que combata a violência que assola o México.

O Exército patrulha nas ruas do país desde o mandato do presidente conservador Felipe Calderón (2006-2012), que optou por realizar uma guerra militar contra o narcotráfico e o crime organizado, o que deixou milhares de mortos e desaparecidos.

O governo do atual presidente, Enrique Peña Nieto, impulsionou uma Lei de Segurança Interior que formaliza o papel dos militares em matéria de segurança pública, um texto muito criticado por organizações internacionais que consideram que deixa os cidadãos indefesos perante o corpo militar.

López Obrador assegurou que não planejará "nenhuma mudança jurídica" em matéria de segurança até que tenha tomado posse do cargo e comece a ter resultados sobre o combate à insegurança.

Por sua vez, garantiu que o Exército "respeitará os direitos humanos" e que "as Forças Armadas não serão usadas para reprimir o povo".