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Exército chinês critica "calúnia" do último relatório de Defesa do Japão

30/08/2018 08h50

Pequim, 30 ago (EFE).- O Ministério de Defesa chinês criticou nesta quinta-feira o recentemente publicado relatório anual em matéria militar elaborado pelo Governo japonês, que considerou "cheio de insultos e calúnias", e inclusive pediu à comunidade internacional que vigie os movimentos do Exército japonês.

"O relatório está cheio de velha retórica, insultos e calúnias contra as Forças Armadas chinesas, é uma manipulação da história com justificações muito frágeis", afirmou na entrevista coletiva mensal do Ministério o coronel Wu Qian, porta-voz da instituição.

A fonte ressaltou que Pequim emitiu uma queixa formal pelo relatório, que a seu ver exagera na suposta "ameaça chinesa" com segunda intenções.

"Tudo o que faz o Governo japonês é buscar desculpas para emendar sua constituição pacífica e voltar ao velho caminho do expansionismo", declarou Wu, que pediu à comunidade internacional que "esteja em alerta" pelos movimentos das Forças Armadas japonesas.

"Pedimos ao Japão que seja muito prudente com o que diz e faz no campo militar", concluiu o porta-voz, mostrando as diferenças que ainda existem entre os dois países vizinhos, herança das disputas que livraram nos séculos XIX e XX (a última delas entre 1937 e 1945, emoldurada dentro da II Guerra Mundial).

O relatório de Defesa do Japão, publicado na terça-feira, alertava sobre a "escalada unilateral de atividades militares" da China que, na opinião dos especialistas japoneses, representa uma "forte preocupação" para a segurança da região, junto a outros atores na região como a Coreia do Norte ou a Rússia.

Tóquio mantém uma disputa com Pequim pela soberania das ilhas Senkaku (Diaoyu em mandarim), que segundo defendeu hoje o porta-voz chinês são "território inerente da China, algo que apoiam evidências históricas e legítimas".

Por isso, afirmou o porta-voz, as frequentes incursões de navios e aviões militares chineses nas proximidades desse arquipélago, que o Japão condenou em diversas ocasiões, são "justas e legítimas atividades da China em suas águas territoriais" que, segundo advertiu, "seguirão ocorrendo de forma regular".