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Exército sul-sudanês rejeita acusação de violações e exige provas da AI

21/09/2018 08h19

Juba, 21 set (EFE).- O Exército do Sudão do Sul rejeitou nesta sexta-feira as acusações de "brutalidade" e crimes de guerra de militares e milícias leais ao Governo do país denunciadas esta semana pela Anistia Internacional (AI), ao afirmar que se baseiam em "testemunhos tendenciosos", e exigiu da ONG que apresente provas.

"Este relatório não se baseia na verdade, além disso, carece de provas que respaldem estas acusações, só depende de testemunhos tendenciosos e fabricados", disse à Agência Efe o porta-voz das Forças Armadas, Lul Ruai Koang.

"Não trataremos sobre o tema até que a organização nos apresente as evidências nas quais se baseia o relatório para acusar as forças governamentais destes atos", acrescentou.

Na quarta-feira, a AI denunciou uma "brutal campanha" do Governo do país africano e das suas milícias contra civis como parte de sua estratégia de guerra contra a oposição armada interna.

No relatório "Tudo o que respirava foi assassinado", a AI denuncia a violência nos condados de Leer e Mayendit, na região de Unidade, relatando assassinatos de civis, alguns queimados vivos; estupro sistemático de mulheres e meninas, além da impunidade dos responsáveis.

O Exército exigiu que a AI publique a lista das mulheres que alegaram terem sido violentadas e o relatório das casas queimadas nesta operação.

A assessora de crise da ONG Joanne Mariner declarou à Efe que a campanha foi proposital e aconteceu como uma estratégia para dominar uma região controlada pela oposição.

O conflito no Sudão do Sul começou em dezembro de 2013, dois anos depois da independência do país do Sudão, quando o presidente, Salva Kiir, acusou seu então vice-presidente e hoje líder opositor, Riek Machar, de tramar um golpe de Estado.