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Milhares de russos protestam novamente contra polêmica reforma da Previdência

22/09/2018 15h01

Moscou, 22 set (EFE).- Milhares de russos saíram neste sábado às ruas para protestar contra a polêmica reforma sobre o aumento da idade de aposentadoria, às vésperas da segunda votação da lei no Parlamento.

Segundo o opositor Sergei Udaltsov, líder da Frente de Esquerda, só em Moscou a manifestação contra a Reforma da Previdência reuniu cerca de 30 mil pessoas.

No entanto, a polícia rebaixou esse número até 3 mil presentes, a maioria seguidores do Partido Comunista, forças de esquerda e membros de sindicatos.

Udaltsov, que compareceu ao protesto apesar de uma proibição de participar de comícios, resumiu as principais exigências dos manifestantes: renúncia do Governo, suspensão do polêmico projeto de lei e um referendo nacional sobre a medida.

O político opositor, que deixou a prisão na semana passada após 30 dias de detenção por outro protesto contra a reforma da Previdência, argumentou que a decisão judicial que lhe proíbe de participar de concentrações maciças durante os próximos três anos ainda não entrou em vigor.

Além disso, Udaltsov prometeu recorrer à proibição para poder seguir exercendo suas atividades política e social.

Ao longo desta jornada, houve também protestos contra a polêmica iniciativa em dezenas de cidades da Sibéria e do Extremo Oriente Russo.

O ato de Moscou esteve liderado, além de por Udaltsov, pelo veterano líder dos comunistas russos, Gennady Ziuganov, e outros membros da formação política.

Para amanhã, foram convocados novos protestos em várias localidades russas contra a polêmica medida, que é rejeitada pela imensa maioria dos russos.

No mês passado, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs suavizar a reforma elaborada pelo Governo e se dirigiu à nação em mensagem transmitida pela televisão para expôr sua visão da iniciativa, que gerou várias protestos desde que foi anunciada no começo do verão.

O chefe de Kremlin propôs, concretamente, elevar a idade de aposentadoria da mulher de 55 para 60 e não 63 anos, como aponta o projeto governamental, e criar um sistema de garantias sociais e trabalhistas para a pessoas em idade de pré-aposentadoria.