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Ex-presidente é indicado de surpresa como primeiro-ministro do Sri Lanka

26/10/2018 16h08

Colombo, 26 out (EFE).- O ex-presidente do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, foi nomeado nesta sexta-feira de forma inesperada como novo primeiro-ministro do país após a ruptura do governo de unidade, depois que a Aliança da Liberdade do Povo Unido (UPFA) liderada pelo atual presidente, Maithripala Sirisena, decidiu deixar a coalizão no poder.

"Mahindra Rajapaksa foi nomeado primeiro-ministro da República Democrática Socialista do Sri Lanka e tomou posse hoje ao fazer seu juramento diante do presidente Maithripala Sirisena na Secretaria Presidencial", disse o presidente em comunicado.

A nomeação esteve precedida pela retirada surpresa do governo de unidade - formado para tirar do poder Rajapaksa nas eleições de 2015 - da UPFA, uma coalizão de partidos liderada pelo Partido da Liberdade do Sri Lanka, do presidente, e que governava junto com o Partido de União Nacional (UNP), do até agora primeiro-ministro, Ranil Wickremasinghe.

"A decisão de abandonar a coalizão governamental foi tomada hoje durante uma reunião da Aliança da Liberdade do Povo Unido", disse à Agência Efe o secretário-geral do partido de Sirisena, Rohana Lakshman.

O ministro de Finanças e membro do UNP, Mangala Samaraweera, qualificou a nomeação de Rajapaksa de "golpe antidemocrático".

"A nomeação de Rajapaksa como primeiro-ministro é inconstitucional e ilegal. Isto é um golpe antidemocrático", disse Samaraweera no Twitter.

Sirisena chegou ao poder em 2015 com o objetivo de combater a corrupção e mudar a cultura política do líder anterior, Mahinda Rajapaksa, com quem tinha colaborado estreitamente no passado.

Desde as eleições de 2015, as distâncias entre Sirisena e Wickremasinghe vêm aumentando.

Rajapaksa, que foi chefe de Estado entre 2005 e 2015, perdeu de maneira inesperada as últimas eleições presidenciais após uma administração controversa que esteve marcada pelo fim do conflito contra a guerrilha tâmil em 2009.

Muitas organizações não governamentais internacionais acusam Rajapaksa da campanha militar para acabar a guerra com os Tigres Tâmeis e que resultou na morte de aproximadamente 40 mil civis em seus momentos finais, segundo a ONU.