Topo

Gaza amanhece em calma após anúncio de cessar-fogo com Israel

14/11/2018 06h57

Jerusalém, 14 nov (EFE).- A calma se mantém nesta quarta-feira entre Israel e as milícias palestinas de Gaza depois que estas se comprometeram ontem com um cessar-fogo, questionado por parte da população israelense que reivindica de seu governo uma solução para a situação de segurança, após a pior escalada de tensão desde 2014.

Após 48 horas de violência, nas comunidades israelenses periféricas a Gaza as sirenes antiaéreas pararam de soar pelo lançamento de foguetes e morteiros da faixa palestina, 460 no total, que manteve os moradores em alerta e causou o fechamento de colégios, lojas e locais de reunião de mais de 20 pessoas por ordem do exército.

Cerca de cem projéteis dos 450 lançados foram interceptados pelo sistema de defesa antimísseis Cúpula de Ferro, vários caíram em áreas desabitadas e outros impactaram em infraestruturas civis como casas e supermercados, um dos quais causou a morte de um civil palestino ao destroçar uma casa na cidade israelense de Ashkelon.

Embora se espere que hoje se restabeleça a normalidade, várias centenas de pessoas se reuniram ontem à noite na entrada da cidade de Sderot, a fecharam e queimaram pneus para expressar seu descontentamento pelo fato de o governo ter aceitado tacitamente o cessar-fogo - embora não tenha havido uma declaração oficial - ao invés de "acabar com o Hamas de uma vez por todas", como reivindicavam alguns dos manifestantes, informou o site "Ynet".

Já nesta manhã várias pessoas bloquearam o acesso à passagem comercial de Kerem Shalom, entre Israel e o enclave palestino sob bloqueio, para protestar contra a situação de insegurança.

As milícias palestinas de Gaza, com o movimento islamita Hamas que controla o enclave desde 2007 à frente, assumiram a autoria da chuva de foguetes de ontem e de segunda-feira, como resposta a um incidente que aconteceu na noite de domingo durante uma incursão militar israelense em Gaza, que acabou fracassando e na qual morreram sete milicianos e um soldado israelense.

Em resposta aos foguetes, Israel atacou entre segunda e terça-feira mais de 160 alvos militares das milícias islamitas, causando a morte de mais sete milicianos.

A grande escalada de violência, que fez temer por uma nova guerra, aconteceu quando se avançava em um acordo de trégua duradoura mediada pelo Egito e pela ONU entre Israel e Gaza.