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Estudantes colombianos enfrentam dilúvio em Bogotá para continuar protestos

Estudantes participam do protesto que ganhou o nome de "Grande tomada das capitais" - Jhon Paz/Xinhua
Estudantes participam do protesto que ganhou o nome de "Grande tomada das capitais" Imagem: Jhon Paz/Xinhua

Em Bogotá

29/11/2018 01h34

Milhares de estudantes percorreram toda a Colômbia nesta quarta-feira (28), com o apoio de sindicalistas, camponeses e indígenas, em outra jornada de protestos por mais recursos para as universidades que transcorreu quase sem incidentes e na qual nem sequer um dilúvio que caiu em Bogotá freou os manifestantes.

As colunas de universitários se replicaram em várias cidades colombianas como Medellín, Cali e Barranquilla, na chamada "Grande Tomada de Capitais".

Desde a primeira hora da manhã, as concentrações começaram a ganhar um ambiente festivo, especialmente em Bogotá, onde os estudantes se reuniram em vários pontos para partir em colunas até a Praça de Bolívar, sede dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Os estudantes começaram a sua greve no último dia 11 de outubro para chamar a atenção sobre a situação das 32 universidades públicas, que precisam de 3,2 trilhões de pesos (US$ 1,037 bilhão) para garantir seu funcionamento.

Os manifestantes também pedem ao governo que se comprometa a destinar 15 trilhões de pesos (US$ 4,861 bilhões) para saldar "a dívida histórica" que asseguram que o país tem com as universidades.

No entanto, no mês passado o governo e os reitores das 32 universidades públicas alcançaram um acordo que inclui mais recursos para a educação superior, mas o mesmo não foi aceito pelos estudantes.

Junto aos estudantes se manifestaram nesta quarta membros da Federação Colombiana de Trabalhadores da Educação (Fecode), da Central Unitária de Trabalhadores da Colômbia (CUT), assim como organizações de camponeses e comunidades indígenas, entre outros.

Estas organizações também expressaram suas queixas pela reforma tributária preparada pelo presidente Iván Duque, pois consideram que afetará ainda mais a classe trabalhadora e pedem que se busquem alternativas para conseguir os fundos que o governo busca para cobrir um déficit de 14 trilhões de pesos (US$ 4,371 bilhões) do orçamento nacional de 2019.

Em Bogotá, ao contrário de ocasiões anteriores, as manifestações transcorreram com normalidade e quase sem enfrentamentos entre polícias e manifestantes.

O único incidente de violência aconteceu no bairro Timiza, no sul da cidade, onde um grupo de encapuzados enfrentou os agentes durante alguns minutos.

Pelo menos cinco pessoas foram detidas e a coluna, que tinha partido de uma sede da Universidade Distrital, continuou caminhando para o centro da capital debaixo de forte chuva.