Topo

Trump e Erdogan conversam sobre "lenta" saída das tropas dos EUA da Síria

23/12/2018 16h48

Washington, 23 dez (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu colega turco, Recep Tayyip Erdogan, conversaram neste domingo sobre uma saída "lenta" e "altamente coordenada" das tropas americanas da Síria.

"Acabo de ter uma longa e produtiva conversa com o presidente Erdogan, da Turquia. Falamos sobre o EI, sobre a nossa participação mútua na Síria e a retirada lenta e altamente coordenada das tropas dos EUA da área. Depois de muitos anos, voltam para casa. Também falamos sobre expandir o comércio", disse Trump no Twitter.

Nesta semana, o líder americano proclamou a derrota do EI na Síria e anunciou a retirada dos 2 mil militares americanos desdobrados nesse país como parte de uma coalizão internacional, que colaborava com as Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança liderada por milícias curdas.

A Turquia está há anos se opondo ao apoio que os EUA prestaram ao Partido da União Democrática (YPG, por sua sigla em curdo), o principal partido político curdo-sírio e ao qual a Turquia considera um grupo terrorista pelos seus vínculos com a guerrilha curda presente no território, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

Na semana passada, Erdogan anunciou sua intenção de lançar uma operação militar de grande envergadura no nordeste da Síria, concretamente ao leste do Rio Eufrates, para expulsar as YPG, uma ofensiva que poderia colocar as tropas dos EUA em um aperto e ter desembocado em um enfrentamento com a Turquia.

Trump acredita que os EUA cumpriram seu objetivo na Síria ao derrotar militarmente o Estado Islâmico e, no sábado, disse que "outros países, como a Turquia, devem ser capaz de se ocupar do que resta" na Síria.

Na sexta-feira, Erdogan disse que ele mesmo prometeu a Trump em 14 de dezembro que a Turquia se encarregará de "limpar" a Síria do EI.

Segundo a coalizão internacional liderada pelos EUA, ao Estado Islâmico só resta na Síria e no Iraque 1% do território que chegou a dominar em 2014, quando proclamou seu califado. EFE