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República Democrática do Congo adia eleições em alguns locais por insegurança

26/12/2018 13h35

Kinshasa, 26 dez (EFE).- As eleições gerais previstas para o dia 30 de dezembro na República Democrática do Congo não serão realizadas em algumas regiões do país devido ao clima de insegurança e a um surto de ebola, segundo informou a comissão eleitoral congolesa nesta quarta-feira.

Os eleitores de Beni e Butembo, na província do Kivu do Norte (nordeste), e os da cidade de Yumbi, no oeste do país, não poderão votar até março de 2019.

Isso significa que não serão levados em conta para a definição do sucessor do atual presidente, Joseph Kabila, que ocupa o poder desde 2001 e cujo mandato expirou.

Em resolução divulgada nesta quarta-feira, a Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) congolesa confirmou que, com a exceção destas zonas, o pleito ocorrerá no resto do país em 30 de dezembro, como estava previsto após o último atraso anunciado na semana passada.

Como consequência, os resultados da corrida eleitoral serão oficializados em 6 e 19 de janeiro - com a margem posterior para possíveis recursos - e o eleito tomará posse em 18 ou 19 de janeiro, de acordo com o calendário divulgado pela CENI.

O órgão não menciona a porcentagem exata da população que ficará fora do pleito após a decisão, mas, segundo os cálculos da imprensa local, pode chegar a 1,2 milhão de eleitores de um total de 40 milhões. As regiões afetadas pelo adiamento terão outro calendário específico para março, que será publicado posteriormente.

De acordo com a CENI, a decisão foi tomada "considerando a situação de segurança e de saúde preocupante" na região do Kivu do Norte dada a persistência do ebola - que já deixou 354 mortos - e a "ameaça terrorista" de dezenas de grupos armados que operam no local, como os rebeldes ugandenses que mataram dezenas de pessoas nas últimas semanas.

Os deslocamentos dos cidadãos para votar favoreceriam, segundo a autoridade eleitoral, os contágios e as possibilidades de atentados. Além disso, com relação à cidade de Yumbi, a CENI levou em conta os confrontos étnicos ocorridos neste mês, que deixaram mais de 50 mortos.

Essas eleições deveriam ter sido realizadas em dezembro de 2016, mas a CENI vem argumentando desde então problemas técnicos para justificar o adiamento. EFE