China confirma presença de representante do governo na posse de Bolsonaro
Pequim, 27 dez (EFE).- O governo da China confirmou que enviará um representante para a cerimônia de posse de Jair Bolsonaro, pois Pequim considera o Brasil "um parceiro estratégico", informou nesta quinta-feira o Ministério das Relações Exteriores do país asiático.
Durante sua entrevista coletiva diária, a porta-voz do ministério, Hua Chunying, indicou que o representante da China na posse de Bolsonaro será Ji Bingxuan, vice-presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional (o órgão legislativo) e enviado especial do presidente Xi Jinping.
"Depois que o presidente brasileiro foi eleito, ele disse que via a China como um grande parceiro com o qual cooperar, e a China também dá grande importância ao desenvolvimento das relações com o Brasil, com uma perspectiva estratégica de longo prazo", afirmou Hua, que detalhou que a viagem de Ji responde a um convite do governo brasileiro.
A porta-voz governamental considerou a China e o Brasil como "dois grandes países em vias de desenvolvimento, assim como importantes mercados emergentes" e assinalou que, nos últimos anos, as relações bilaterais "evoluíram de forma muito rápida".
"Estamos prontos para trabalhar com o Brasil para manter nossa associação estratégica em benefício de nossos povos, e para contribuir para manter os interesses comuns, a paz mundial e a estabilidade regional".
Em novembro, a China expressou preocupação com a chegada de Bolsonaro ao poder, depois que o presidente eleito afirmou durante a campanha eleitoral que "a China não está comprando no Brasil, está comprando o Brasil", e também pela visita que ele fez a Taiwan anteriormente.
Além disso, Bolsonaro comentou no passado que não permitiria que outras nações comprassem terras cultiváveis no Brasil, "seja a China ou outros países".
A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Em 2017, o país asiático foi o destino de 22% do total das exportações brasileiras, enquanto os produtos chineses representaram 18% da pauta de importação do Brasil, segundo dados oficiais. EFE
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