Turquia minimiza importância de entrada do exército sírio em Manbij
Ancara, 28 de dez (EFE).- O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, diminuiu nesta sexta-feira a importância da tomada recente da cidade de Manbij pelas forças do governo da Síria, ao qualificá-la de "ação psicológica" e de um "desenvolvimento pouco sério", e reiterou o objetivo de seu país de combater as milícias curdo-sírias.
"Sabemos que o regime sírio está fazendo uma ação psicológica. Não há desenvolvimento sério e concreto (em Manbij) neste momento", disse hoje Erdogan à imprensa em Istambul, segundo o jornal "Hürriyet".
"Não há nada definitivo ali", acrescentou o chefe do Estado, apesar de reconhecer que seu governo não foi apenas informado que a bandeira da Síria foi hasteada hoje na citada, mas também que a Rússia apoia a entrada do exército sírio em Manbij.
Com essas declarações, Erdogan reagiu à notícia sobre a nova situação da cidade, considerada chave na estratégia militar da Turquia para forçar a retirada das milícias curdo-sírias Unidades de Proteção do Povo (YPG, na sigla em curdo) de uma ampla faixa de território sírio próxima de sua fronteira.
Ancara, que está preparando uma grande ofensiva no país vizinho para conseguir esse objetivo, sobretudo após o anúncio da retirada das tropas americanas da Síria, considera as YPG "terroristas" e vinha concentrando forças militares em torno da cidade.
"Não é só uma questão de Manbij. Nossos esforços têm como objetivo eliminar as organizações terroristas na região. Tomamos nossas medidas e nossas Forças Armadas continuam trabalhando nisso", ressaltou o presidente turco, ao mesmo tempo em que reiterou que seu país defende a integridade territorial da Síria.
"Esses territórios pertencem à Síria. Nosso objetivo é remover as organizações terroristas dali. Se as organizações terroristas forem embora, não teremos trabalho a fazer", garantiu Erdogan.
O presidente turco também lembrou que uma delegação do seu país, integrada pelos ministros das Relações Exteriores e Defesa, assim como pelo chefe do serviço de inteligência e pelo porta-voz presidencial, "discutirá em detalhe essas questões" com integrantes do alto escalão do governo russo amanhã em Moscou.
O Kremlin recebeu com satisfação o desenvolvimento da situação em Manbij, que classificou de um "passo positivo" que poderia ajudar a estabilizar a situação e espera a delegação turca para discutir as consequências da retirada das tropas americanas da Síria.
Ancara considera as YPG terroristas, assim como seu braço político, o PYD, por sua ligação com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo), a guerrilha curda na Turquia. EFE
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