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Palestinos lembram 54° aniversário da criação do Fatah

31/12/2018 16h57

Gaza, 31 dez (EFE).- Milhares de palestinos lembraram nesta segunda-feira na Cisjordânia e em Gaza o 54° aniversário da fundação do partido nacionalista Fatah, liderado pelo presidente Mahmoud Abbas, que acusou o movimento islamita Hamas de ter impedido as celebrações organizadas por seus simpatizantes na Faixa.

Em um evento ao qual compareceram milhares de pessoas na cidade de Ramala, sede do Governo palestino, Abbas acendeu uma tocha para comemorar a criação do Fatah, facção majoritária dentro da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), e tachou de "colaboradores" com Israel "todos os que impediram" as comemorações em Gaza.

Os corpos de segurança do Hamas no enclave palestino detiveram hoje 500 simpatizantes do Fatah para impedir a participação na comemoração, segundo denunciou em comunicado o porta-voz da formação nacionalista, Atef Abu Saif.

No entanto, o porta-voz do Ministério do Interior do enclave controlado pelo movimento islamita, Iyad Al Bozom, negou a acusação e declarou em uma nota de imprensa que os 500 partidários do Fatah foram somente interrogados, mas não detidos.

No entanto, os seguidores de Mohammed Dahlan, ex-líder do Fatah, contrário à liderança de Abbas e exilado nos Emirados Árabes Unidos (EAU), se reuniram na praça do Soldado Desconhecido de Gaza, carregando bandeiras palestinas e amarelas do Fatah, assim como imagens do morto pai do nacionalismo palestino, Yasser Arafat.

Dahlan, original da Faixa, onde continua sendo um referência popular entre alguns setores, foi membro do Comitê Central do Fatah até que foi demitido por Abbas em 2009, advoga desde o exílio por criar um governo de consenso com todas as facções palestinas, e reivindica reformar a OLP, onde não há participação de algumas facções, como Hamas.

A divisão interna palestina entre o Fatah e o movimento islamita, que estão em um estancado processo de reconciliação desde 2017, já tem mais de uma década, quando o Hamas tomou o poder de Gaza pela força em 2007 e desbancou a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que ainda não recuperou o controle sobre o enclave litorâneo. EFE