Topo

União Europeia pressiona May para esclarecer novo plano do Brexit

Primeira-ministra britânica Theresa May durante discurso em uma fábrica de louças em Stoke-on-Tent, na Inglaterra - BEN BIRCHALL/AFP
Primeira-ministra britânica Theresa May durante discurso em uma fábrica de louças em Stoke-on-Tent, na Inglaterra Imagem: BEN BIRCHALL/AFP

22/01/2019 13h07

A Comissão Europeia, o órgão executivo da União Europeia (UE), voltou a pedir nesta terça-feira ao Reino Unido que esclareça suas intenções sobre a saída do bloco "assim que for possível" e considerou que não há novidades vindas de Londres, depois que a primeira-ministra britânica Theresa May apresentou seu plano B para o Brexit.

"Acompanhamos muito de perto o debate parlamentar no Reino Unido. Pedimos ao Reino Unido que esclareça suas intenções assim que for possível e, neste momento, não temos nada de novo a dizer da parte de Bruxelas porque não há nada de novo vindo de Londres", declarou o porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas, durante a entrevista coletiva diária da instituição.

Sobre o anúncio de May feito ontem de eliminar a taxa de 65 libras (75 euros) para que os cidadãos da UE peçam o "status de assentado" no Reino Unido, Schinas reconheceu que é "o único elemento novo" apresentado por Londres e afirmou que os outros Estados-membros deverão examiná-lo a partir de agora.

"Mas isso, no contexto mais amplo em que nos encontramos, não fornece o tipo de esclarecimento de intenções que estamos esperando o mais rápido possível no quadro mais amplo da retirada ordenada do Reino Unido da União Europeia", ressaltou o porta-voz.

Quanto à possibilidade de May viajar a Bruxelas para renegociar o mecanismo de garantia para evitar uma fronteira física na Irlanda, o porta-voz insistiu que "não há nada mais para acrescentar".

"O acordo de saída que foi estabelecido com o governo britânico, com os 27 Estados-membros da UE, agora está sobre a mesa, não está aberto à renegociação e esperamos que o Reino Unido nos diga o que quer, o que realmente quer", insistiu o porta-voz.

Depois que a Polônia, através de seu ministro das Relações Exteriores, colocou a possibilidade de estabelecer um limite de cinco anos ao mecanismo de garantia na fronteira irlandesa, Schinas ressaltou que a ideia não faz parte da posição comum dos 27 e disse que não acredita que essa visão possa ter "algum impacto fundamental".

Após a rejeição ao pacto de saída estabelecido entre Londres e Bruxelas na semana passada na Câmara dos Comuns, Theresa May apresentou ontem um plano alternativo ao parlamento britânico.

A premiê descartou explorar novos caminhos para seu plano do Brexit, como a possibilidade de realizar um segundo referendo, e insistiu em renegociar a cláusula sobre a Irlanda do Norte, o aspecto mais controverso do acordo rejeitado pelo parlamento na semana passada.

May também anunciou que eliminará a taxa de 65 libras (75 euros) que os comunitários têm que pagar para pedir o "status de assentado" que lhes dará o direito à permanência no país após o Brexit.