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Papa Francisco é voz essencial na luta contra o HIV, diz diretor do UNAIDS

26/01/2019 22h08

Panamá, 26 jan (EFE).- O papa Francisco é uma voz essencial na luta contra o HIV e, apesar das reservas da Igreja a promover o uso do preservativo, seu papel na erradicação da estigmatização dos doentes é "fundamental", disse neste sábado à Agência Efe o diretor-executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Michel Sidibé.

"Francisco é um papa muito progressista. Para mim, é uma das melhores vozes que podemos ter para dizer às pessoas que não se pode deixar ninguém de lado. Passou toda sua vida tentando dar as mãos aos excluídos", afirmou o malinês.

Sidibé explicou que a Igreja Católica atua como "ponte" entre a organização internacional e as pessoas com HIV e que seu trabalho se centra principalmente em acabar com a discriminação, se aproximar dos mais pobres e promover o acesso universal ao tratamento.

"Para ganhar desta epidemia, necessitamos chegar às comunidades e às famílias, e as igrejas podem fazer isso. Nunca poderemos ganhar sem elas, é impossível", reconheceu.

O diretor do UNAIDS, que está no Panamá para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), visitará no domingo, junto com o papa Francisco, O Lar Bom Samaritano, um albergue social administrado pela Igreja para pessoas com HIV sem recursos.

Desde que começou seu pontificado em março de 2013, Francisco visitou vários centros com doentes de Aids, um deles durante sua excursão pela África, o continente mais castigado por esta epidemia.

A visita de domingo ao albergue panamenho volta a pôr sobre a mesa um dos principais dilemas da Igreja Católica: o uso do preservativo.

"Tentar pressionar a Igreja para que tenha uma posição mais clara sobre o uso do preservativo não é útil para a nossa aliança. Não podemos perder a parceria, é crucial", reconheceu Sidibé.

"Às vezes é bom fazer pressão, mas em qualquer aliança é preciso ser consciente do que o outro está disposto a dar e não gastar energias em lutas que não haverá vitória", disse. EFE