EUA classificam referendo em Cuba de "teatro político"
Washington, 26 fev (EFE).- O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, criticou nesta terça-feira o referendo realizado em Cuba por considerá-lo um "teatro político" que só serve de "pretexto" para perpetuar uma "ditadura de partido único".
Em um duro comunicado, Pompeo reagiu à consulta realizada no domingo em Cuba e que serviu para ratificar uma nova Constituição, que mantém o Partido Comunista de Cuba, o único legal, como "força dirigente superior da sociedade" e ratifica o comunismo como aspiração, embora reconheça a propriedade privada e considere necessário o investimento estrangeiro.
"Em 24 de fevereiro, o regime comunista de Cuba celebrou o que chamou de um 'referendo nacional' sobre as revisões à sua Constituição. Ninguém deve se deixar enganar por este exercício, que consegue pouco mais que perpetuar o pretexto para a ditadura de partido único do regime".
Em seguida, o secretário de Estado considerou que todo o processo para a realização do referendo esteve dominado pelo "teatro político" e a "repressão do debate público".
Para Pompeo, o fato de que a nova Carta Magna ratifique o comunismo como aspiração e mantenha a hegemonia do Partido Comunista, na prática, bloqueia a possibilidade de uma "desesperada reforma econômica" e, além disso, não garante as "liberdades fundamentais" do povo cubano.
Segundo os resultados tornados públicos na segunda-feira pela Comissão Eleitoral Nacional (CEN), quase 87% dos cubanos que votaram no domingo elegeram o "sim" à nova Carta Magna.
Pompeo considerou que, embora "o regime garanta que a votação de domingo foi democrática, as autoridades cubanas reprimiram e detiveram dezenas de observadores e manifestantes pacíficos, dos quais confiscaram telefones e outros dispositivos".
Vários dissidentes cubanos, como Guillermo Fariñas, e membros da organização opositora União Patriótica de Cuba (Unpacu) denunciaram no Twitter que sofreram agressões físicas durante o dia do referendo.
Além disso, Pompeo se referiu à greve de fome protagonizada no início deste mês por ativistas de Unpacu para protestar por supostas agressões contra a sua sede e contra os imóveis de alguns de seus integrantes.
"Condenamos energicamente essas tentativas de silenciar os protestos pacíficos, que mostram que os líderes de Cuba temem o povo cubano", frisou o secretário de Estado americano.
Desde que chegou à Casa Branca em janeiro de 2017, o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, endureceu a política para Cuba com maiores restrições para as viagens para a ilha, redução de pessoal diplomático e sanções aos hotéis da ilha, aumentando o alcance do embargo econômico e comercial. EFE
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