"Se fosse misógino e racista, não teria vencido as eleições", diz Bolsonaro
Santiago do Chile, 22 mar (EFE).- O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira em Santiago do Chile que, se fosse mesmo "xenofóbo, misógino e racista", não teria vencido as eleições, ao defender-se da rejeição que sua visita ao Chile provocou em parte dos políticos e da sociedade do país.
"Se eu fosse xenófobo, machista, misógino e racista, como explicam que fui eleito presidente do Brasil? Mentira,'fake news'. Não há por que se acreditar em notícias falsas. Temos que abrir a cabeça", afirmou Bolsonaro à imprensa após participar na capital chilena da criação do Prosul, fórum que visa substituir a União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
"As mulheres votaram em mim maciçamente, os negros, os gays... Como você explicaria isso?", questionou o presidente.
A visita de Bolsonaro gerou críticas da oposição e de organizações em defesa das minorias sexuais, que rejeitam os posicionamentos ultraconservadores do presidente.
Nesse sentido, os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados do Chile, Jaime Quintana e Iván Flores, respectivamente, anunciaram que não participarão do almoço convocado pelo governo em homenagem a Bolsonaro.
Durante essa sexta-feira, nas imediações da sede do governo chileno, o Palácio de La Moneda, onde Bolsonaro esteve reunido com outros líderes da região, aconteceram algumas manifestações contra o brasileiro.
Além disso, o Movimento de Integração e Libertação Homossexual (Movilh) anunciou que se manifestará contra Bolsonaro neste sábado.
Após a participação de hoje no evento que criou o Prosul, Bolsonaro continuará neste sábado em Santiago, onde terá uma reunião bilateral com o presidente do Chile, Sebastián Piñera. EFE
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