Duque afirma que defesa da democracia na Venezuela não é disputa geopolítica
Cartagena (Colômbia), 29 mar (EFE).- O presidente da Colômbia, Iván Duque, disse nesta sexta-feira que a defesa da democracia na Venezuela não é "um tema de disputa de equilíbrios geopolíticos próprios da Guerra Fria".
"O que temos que fazer hoje sobre a Venezuela é defender com veemência a democracia, os direitos humanos, a separação de poderes, a imprensa livre, e não porque há algum interesse de domínio político, mas por coerência", declarou Duque na inauguração da Reunião de Meio Ano da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) em Cartagena.
Ao se referir à crise na Venezuela, o presidente colombiano afirmou na reunião da SIP em Cartagena, "como forma de reflexão", que não se pode "continuar sendo indiferente quando se apresentam nas regras do jogo mudanças drásticas que provocam a erosão da democracia".
Por isso, afirmou que 2019 marca os 20 anos da chegada do chavismo ao poder e, portanto, do início do que considera um "processo de aniquilação da democracia na Venezuela".
Esse conceito representa para Duque "a constituição de um regime que tinha como propósito o enfraquecimento de todas as liberdades e que chegaram pela fenda da democracia até dobrar totalmente todas as liberdades de um povo".
"Para ninguém é mentira o que hoje vive esse país, produto dessa deterioração flagrante, deliberada e própria dos mais abusivos regimes totalitários, a eliminação completa da separação de poderes, a destruição do aparato judicial para transformá-lo em um servil instrumento de perseguição", ressaltou.
Por isso, o presidente colombiano pediu que a reunião da SIP sirva para que todo mundo veja que a defesa da democracia não está e nem pode estar relacionada com questões geopolíticas.
Essa defesa, segundo explicou, está vinculada à Carta Democrática Interamericana, pois não se deve especular sobre quanto tempo durará o atual governo venezuelano.
Pelo contrário, deve-se "assumir o compromisso de fazer" o que estiver ao alcance, sempre "dentro da legalidade, da diplomacia e da pressão com a expressão livre para que esse regime caia e a Venezuela possa voltar a sonhar". EFE
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