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Sri Lanka tenta voltar ao normal após atentados que mataram 250 na Páscoa

Chathuri Dissanayake.

Em Colombo

28/04/2019 14h49

Sete dias depois dos atentados terroristas que deixaram 253 mortos e mais de 500 feridos no Domingo de Páscoa, o Sri Lanka tenta voltar à normalidade apesar das diversas operações ainda em andamento para tentar capturar os responsáveis pelos ataques.

Desde o último domingo, a polícia local prendeu 150 pessoas, entre elas a esposa e a filha de Mohammed Zahran, suspeito de organizar a série de atentados. Ele teria se suicidado ao detonar os explosivos que carregava no ataque registrado em um hotel de luxo. Os outros alvos foram dois hotéis e três igrejas católicas.

Zahran foi identificado como líder do National Thowheed Jamaath, que, junto com o Jamiyyathul Millatu Ibrahim, forma o movimento extremista que as autoridades acusam de ser responsável pelos atentados, cometidos quase simultaneamente.

Mohomad Zahran Rusaina, de quatro anos, e Abdul Cader Fathima Sadia, resgatadas nas explosões registradas no distrito de Ninvatur ontem, foram identificadas como filha e esposa de Zahran.

O porta-voz da Polícia do Sri Lanka, Ruwan Gunasekara, disse que elas sobreviveram à detonação de explosivos carregados por um terrorista que se suicidou em uma operação contra a casa onde estavam escondidos. O local foi revelado às autoridades após uma denúncia.

As duas foram reconhecidas por uma irmã de Zahran, sendo levadas na sequência a um hospital de Colombo sob custódia de policiais.

Nas operações realizadas desde ontem, os agentes apreenderam mais de 100 armas de diferentes tipos e calibres, além de dinheiro em espécie e pedras preciosas avaliadas em US$ 200 mil.

Entre as cerca de 150 pessoas presas por suspeita de envolvimento com os ataques também estão o motorista e o porta-voz do National Thowheed Jamaath, assim como familiares de alguns dos suicidas.

O primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, afirmou hoje em comunicado que muitos dos responsáveis pelos atentados estão presos ou foram mortos. As operações, segundo ele, deram ao país uma oportunidade para voltar à normalidade.

Wickremesinghe se comprometeu a revisar a legislação antiterrorismo e a deportar professores de escolas religiosas que estão no país sem visto de trabalho.

Desde os ataques, reivindicados pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI), o Sri Lanka está sob um regime de exceção, com toques de recolher noturnos e bloqueios sobre as redes sociais.

Apesar das operações e das promessas feitas pelas autoridades, os cristãos do país ainda temem ser vítimas de novos atentados.

A Conferência Episcopal do Sri Lanka decidiu suspender as missas no país até novo aviso. Assim, os fiéis acompanharam os programas religiosos transmitidos por algumas emissoras de televisão.

Acompanhado do presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, Wickremesinghe participou de uma cerimônia privada, comandada pelo cardeal Malcolm Ranjih, e transmitida por rádios e TVs do país.

No entanto, uma vigília foi feita nos arredores da Igreja de Santo Antônio, um dos locais atacados pelos terroristas. Os fiéis começaram as orações às 8h45 locais (23h45 de ontem em Brasília), horário em que os atentados começaram a ocorrer no último domingo.

Malcolm fez uma homenagem às vítimas durante a cerimônia e disse estar sofrendo com a "tragédia terrível" que abalou o Sri Lanka. Para o cardeal, os ataques foram um "insulto à humanidade".

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