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Ministra diz que alvo principal de ataque a deputado argentino era assessor

09/05/2019 14h17

Buenos Aires, 9 mai (EFE).- A ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, disse o alvo principal do ataque a tiros ao deputado governista Héctor Olivares na manhã desta quinta-feira era, na verdade, o assessor Miguel Marcelo Yadón, que morreu após ser baleado.

"Apesar de a investigação ter começado agora, acreditamos que era ele (Yadón) que o grupo estava buscando", afirmou Bullrich em entrevista coletiva concedida ao lado do vice-prefeito e secretário de Segurança de Buenos Aires, Diego Santilli.

Bullrich exibiu um vídeo gravado por câmeras de segurança instaladas próximas ao local do crime. Olivares Yadón são baleados por duas pessoas que estão no interior de um carro estacionado quando andavam pela praça do Congresso da Nação, no centro da capital.

Na sequência, um dos criminosos deixa o carro. Olivares se move, chega até a se levantar, pedindo a ajuda, e é totalmente ignorado pelo homem que supostamente fez os disparos. Outro integrante do grupo sai do veículo, atravessa a rua tranquilamente e vai embora.

Um ciclista se aproxima do deputado, mas foge ao perceber o primeiro dos homens, que volta ao carro e deixa o local.

Santilli explicou que o automóvel estava há vários minutos estacionado atrás de um ônibus na praça, antes do deputado passar pelo local. Por esse motivo, as autoridades da Argentina acreditam que o ataque foi premeditado.

O veículo já foi apreendido em uma operação conjunta realizada pela Polícia de Buenos Aires e pela Polícia Federal. Agora, os agentes estão fazendo uma perícia do interior do carro.

Os autores do crime ainda não foram presos. Pablo Rossini, subdiretor do Hospital Ramos Mejía, para onde o deputado e o assessor foram levados, informou que Yadón morreu pouco depois de chegar ao local. Já Olivares foi operado com urgência, mas está em estado crítico e corre risco de morrer.

"Acreditamos que identificamos os assassinos, mas não vamos dar mais informações porque temos que encontrá-los e prendê-los. Pedimos prudência, porque é um caso de enorme gravidade institucional para o país", afirmou a ministra na entrevista.

"Passamos por um momento muito triste, sobretudo pela constatação sobre as máfias que atuam no nosso país", completou Bullrich.

Os investigadores acreditam que o alvo era o assessor do deputado porque os atiradores têm a oportunidade de assassinar Olivares, mas preferem fugir do local e deixá-lo vivo.

"Essas duas pessoas, uma mais velha e um mais jovem, saem do carro e atiram diretamente no alvo principal, que era Yadón. Podendo ter atirado e assassinado Olivares, eles não o fazem. O deputado fica sentado tentando pedir ajuda", afirmou Bullrich.

A ministra disse que está em contato com o juiz responsável pelo caso e que, apesar de não tratar o crime como político no momento, não descarta a hipótese de "conspiração à democracia".

Em menos de seis meses, a Argentina realizará eleições presidenciais e legislativas. EFE