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Irã diz que atos de sabotagem contra navios no Golfo Pérsico são suspeitos

14/05/2019 12h15

Teerã, 14 mai (EFE).- O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, afirmou nesta terça-feira que os atos de sabotagem contra navios petroleiros no Golfo Pérsico são "suspeitos" e têm como objetivo aumentar a tensão na região.

"Já tínhamos dito que tais ações aconteceriam para criar tensão na região", disse Zarif em alusão ao incidente ocorrido no domingo em um porto dos Emirados Árabes Unidos, segundo a agência oficial iraniana "Irna".

Em reunião em Nova Délhi com a ministra das Relações Exteriores da Índia, Sushma Swaraj, o responsável pela diplomacia iraniana manifestou preocupação com as ações suspeitas e as sabotagens que estão acontecendo na região. Zarif também conversou com a ministra sobre "os perigos derivados das políticas seguidas pelos membros linha-dura do governo dos Estados Unidos".

A tensão voltou a aumentar no Golfo Pérsico depois que quatro navios petroleiros, dois deles sauditas, foram danificados no domingo no porto de Al Fujayrah em supostos atos de sabotagem.

Este incidente acontece em um momento complicado devido à decisão dos Estados Unidos de aumentar a presença militar na região, com o envio do navio USS Arlington, de mísseis Patriot e do porta-aviões USS Abraham Lincoln.

O presidente dos EUA, Donald Trump, advertiu ontem que o Irã "sofrerá muito" se agir contra os interesses americanos, qualificando uma eventual ação iraniana como "um erro muito grave".

As autoridades iranianas, por sua vez, ameaçaram bloquear em diversas ocasiões o estratégico Estreito de Ormuz, por onde passa grande parte do petróleo mundial, se as sanções impostas pelos Estados Unidos após a saída do acordo nuclear de 2015 impedirem as exportações do produto, que são vitais para a economia do país.

O governo americano anunciou em abril o fim das isenções à compra de petróleo iraniano que tinha concedido a oito países ou territórios, entre eles a Índia, um dos principais clientes do Irã.

Devido às sanções americanas e ao fracasso dos outros signatários do acordo de 2015 (Rússia, China, França, o Reino Unido e a Alemanha) em resistir, o Irã informou na quarta-feira passada que suspende a aplicação de alguns de seus compromissos nucleares.

Enquanto isso, a União Europeia pediu ontem ao secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que seu país mostre "máxima moderação" diante da escalada de tensões com o Irã e reiterou que continuará cumprindo o acordo nuclear enquanto Teerã também o fizer. EFE