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Áustria antecipa eleições após crise no governo

18/05/2019 18h43

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Viena, 18 mai (EFE).- O chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, anunciou neste sábado que o país realizará eleições antecipadas depois do verão (no Hemisfério Norte, em meados de setembro), uma mudança ocasionada pelo escândalo que abalou o governo e resultou na renúncia do vice-chanceler e líder ultradireitista, Heinz-Christian Strache.

"Propus ao presidente da República convocar eleições antecipadas o mais rápido possível", disse Kurz em entrevista coletiva.

Strache renunciou neste sábado, um dia após dois meios de comunicação alemães divulgarem um polêmico vídeo gravado em julho de 2017.

Nas gravações, ele aparece em uma mansão em Ibiza prometendo a uma suposta magnata russa contratos públicos e ajuda para comprar o "Kronenzeitung", o jornal mais influente da Áustria, em troca de doações milionárias para o seu partido.

Strache, de 49 anos, é líder do FPÖ, que governa a Áustria desde dezembro de 2017 como parceiro menor de uma coalizão com o democrata-cristão Partido Popular (ÖVP).

Kurz, líder do ÖVP, explicou que se aliou ao ultradireitista e eurocético FPÖ após ganhar as eleições legislativas de outubro de 2017 porque esse "foi o único (partido) disposto" a promover as mudanças que ele havia prometido na campanha eleitoral.

O chanceler, que agradeceu a todos os ministros - inclusive os do FPÖ - pelo trabalho realizado até agora, admitiu que a cooperação "nem sempre foi fácil".

Segundo Kurz, para alcançar o sucesso em seu programa foi preciso "aguentar muito nos últimos dois anos, desde o 'poema dos ratos' (em alusão ao escândalo causado por um texto escrito por um integrante do FPÖ que comparava os ratos aos imigrantes) à proximidade (dos ultranacionalistas) a grupos de extrema-direita, até casos isolados, um atrás do outro".

"Embora eu nem sempre tenha falado publicamente, houve situações muito difíceis de engolir. Pela continuação do trabalho, não acabei com a coalizão. Mas após o vídeo de ontem, tenho que dizer: basta", analisou o jovem chanceler, de 32 anos, segundo o qual o FPÖ prejudicou o trabalho da coalizão e a imagem do país no exterior. EFE