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Rússia acusa EUA de minar estabilidade na Europa com novas tropas na Polônia

O presidente dos EUA, Donald Trump, olha para o líder russo Vladimir Putin durante a cermônia para a foto oficial do G20 - JUAN MABROMATA/AFP
O presidente dos EUA, Donald Trump, olha para o líder russo Vladimir Putin durante a cermônia para a foto oficial do G20 Imagem: JUAN MABROMATA/AFP

Em Moscou

13/06/2019 10h22

A Rússia lamentou hoje a decisão dos Estados Unidos de ampliar seu contingente militar na Polônia, uma medida que, segundo o Ministério das Relações Exteriores russo, atenta contra a estabilidade militar na Europa.

"Lamentamos a decisão de Washington e Varsóvia de reforçar o contingente militar dos EUA", afirmou em comunicado a pasta comandada por Sergei Lavrov.

O comunicado acrescenta que a medida desfere um "sério golpe" à Ata Fundamental que rege as relações entre a Rússia e a OTAN, um dos poucos documentos ainda vigentes destinados a "garantir a estabilidade militar na Europa".

"Pela primeira vez se cria uma situação na qual, partindo dos acordos bilaterais com um aliado 'privilegiado', os EUA vão contra os compromissos, assumidos no marco da OTAN", destaca a nota, considerando que a situação abre espaço para a aparição de um "novo fator de tensão política e militar" na Europa.

O documento acrescenta ainda que a Rússia não pode não levar em conta a decisão dos EUA na Polônia em seus planos de defesa.

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou ontem que enviará "cerca de 1.000 soldados" à Polônia, metade dos que tinha mencionado uma hora antes ao receber na Casa Branca seu homólogo polonês, Andrzej Duda.

Em entrevista coletiva conjunta com Duda, Trump disse que esses soldados serão alojados em uma base financiada totalmente pela Polônia e revelou que o país europeu planeja comprar 32 aviões de combate americanos.

Desde que chegou ao poder em 2015, o nacionalista Duda aumentou a despesa militar da Polônia, em parte para comprar material militar fabricado por empresas americanas, e também tentou conseguir uma maior presença militar dos EUA no país com o objetivo de dissuadir a Rússia.