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EUA investigam agentes fronteiriços por grupo anti-imigração no Facebook

22.jun.2019 - Migrantes pulam sobre muro para cruzar a fronteira dos EUA com o México em Ciudad Juarez - Jose Luis Gonzalez/Reuters
22.jun.2019 - Migrantes pulam sobre muro para cruzar a fronteira dos EUA com o México em Ciudad Juarez Imagem: Jose Luis Gonzalez/Reuters

03/07/2019 15h17

O titular interino de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Kevin McAleenan, anunciou nesta quarta-feira (3) uma investigação sobre um grupo secreto no Facebook de agentes da Patrulha Fronteiriça no qual supostamente eram feitas brincadeiras racistas sobre imigrantes e piadas de tom sexual sobre congressistas latinas.

"Ordenei uma investigação imediata, e o chefe da CBP (Patrulha Fronteiriça) deixou claro, qualquer empregado que for descoberto por comprometer a confiança do público na nossa missão de aplicar a lei prestará contas. Não representam os homens e mulheres da Patrulha Fronteiriça e o DHS (Departamento de Segurança Nacional)", escreveu McAleenan no Twitter.

O site de jornalismo investigativo "ProPublica" revelou nesta semana que supostos agentes da CBP utilizaram um grupo privado no Facebook para brincar sobre a morte de imigrantes e zombar de congressistas latinas.

Em uma troca de mensagens, os membros se referiram em tom de piada a um imigrante de 16 anos que morreu em maio quando estava sob a custódia das autoridades federais em Weslaco, no Texas.

O "ProPublica" também mostrou imagens de várias capturas de tela nas quais os supostos agentes se referiam à recente visita das congressistas Alexandria Ocasio-Cortez e Veronica Escobar a um centro de detenções no Texas.

Uma das mensagens falava em lançar comidas mexicanas nas legisladoras e continha grosserias e palavras ofensivas.

Além disso, o site de jornalismo alertou sobre uma montagem supostamente publicada no grupo secreto do Facebook na qual se vê o presidente Donald Trump com a cabeça de Ocasio-Cortez em sua virilha.

Em seus tweets, McAleenan fez referência a essas informações que "chamaram a atenção sobre atividades perturbadoras e indesculpáveis nas redes sociais que supostamente incluem o pessoal da Patrulha Fronteiriça em atividade".

"Estas declarações são completamente inaceitáveis, especialmente se forem feitas por aqueles que juraram defender a missão do DHS, nossos valores e padrões de conduta", concluiu McAleenan.

O Sindicato da Patrulha Fronteiriça emitiu na segunda-feira um comunicado no qual condenava energicamente os supostos comentários: "Os representantes do sindicato falaram com agentes sobre a necessidade de ser profissional nas redes sociais e que publicar material inadequado e inaceitável causa um grande prejuízo para a reputação da Patrulha Fronteiriça", advertiu.