Equador diz ter provas que Assange usou embaixada como centro de espionagem
Guayaquil (Equador), 20 jul (EFE).- O presidente do Equador, Lenin Moreno, afirmou neste sábado que tem provas de que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, transformou o quarto em que vivia na embaixada do país no Reino Unido em um centro de espionagem.
"Temos todas as provas que o quarto no qual vivia o senhor Assange tinha sido transformado em um centro de espionagem para poder observar, detectar por meio de ataques hackers, certos elementos de defesa, de economia e de política dos países irmãos", afirmou Moreno.
As supostas ações praticadas por Assange na embaixada, de acordo com o presidente equatoriano, violavam as regras que garantiam o refúgio do fundador do WikiLeaks na embaixada do país em Londres.
"Entre as regras estava precisamente o fato de não interferir na política de países irmãos", disse o presidente do Equador.
Moreno ainda acusou Assange de vender informações de outros políticos, incluindo ele próprio, e de outros países da região, poupando, no entanto, Rafael Correa, o ex-presidente equatoriano que lhe concedeu asilo.
"No entanto, do atual presidente, ele se esforçou em enviar informações, inclusive traindo qualquer princípio básico de que a família dos políticos está completamente fora da luta política", disse Moreno.
Assange foi expulso da embaixada do Equador em abril deste ano, após viver sete anos no local. Ao deixar a sede diplomática equatoriana, o ativista austríaco foi preso pelo Reino Unido.
Moreno revelou que a única condição estabelecida por seu governo antes de entregar Assange às autoridades britânicas é que ele nunca fosse extraditado para um país onde sua vida pode correr risco.
No último dia 11 de junho, uma porta-voz do Departamento de Justiça dos Estados Unidos confirmou à Agência Efe que o governo americano pediu formalmente ao Reino Unido a extradição do fundador do WikiLeaks.
Assange, de 47 anos, é acusado nos EUA pelo crime de espionagem e por ter publicado vários documentos sigilosos, que revelavam, entre outras coisas, detalhes sobre as guerras dos EUA no Iraque e no Afeganistão.
O ativista se refugiou na embaixada equatoriana em Londres em 2012 para evitar ser extraditado à Suécia, onde respondia a uma acusação de assédio sexual já arquivada. Na época, Assange já temia que o governo sueco decidisse enviá-lo para julgamento nos EUA. EFE
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