UE pede que Turquia interrompa sua ofensiva militar na Síria
Bruxelas, 9 out (EFE).- A União Europeia (UE) pediu nesta quarta-feira para que a Turquia interrompa sua ofensiva militar no norte da Síria, advertindo que a incursão "ameaça" o progresso feito na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
"A UE pede para a Turquia interromper a ação militar unilateral. Novas hostilidades armadas no nordeste prejudicarão ainda mais a estabilidade de toda a região, aumentarão o sofrimento dos civis e provocarão mais deslocamentos", declarou a alta representante da UE para Política Externa e Segurança, a italiana Federica Mogherini.
Ela afirmou que uma solução sustentável para o conflito sírio não pode ser alcançada por meios militares.
Além disso, advertiu que "a ação unilateral da Turquia ameaça o progresso alcançado pela Coalizão Global" contra o EI, da qual Ancara faz parte.
"A ação militar minará a segurança dos parceiros locais da Coalizão e gerará um risco de instabilidade prolongada no nordeste da Síria, proporcionando um terreno fértil para o ressurgimento do (grupo terrorista) Estado Islâmico, que continua sendo uma ameaça significativa para a segurança regional, internacional e europeia", acrescentou Mogherini.
Ela enfatizou que "a detenção segura de combatentes terroristas é imperativa para impedir que eles se juntem às fileiras de grupos terroristas".
Também considerou "improvável" que o estabelecimento de uma área segura no nordeste da Síria atenda os critérios internacionais para o retorno de refugiados, conforme estabelecido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Federica Mogherini enfatizou que a UE não fornecerá assistência de estabilização ou desenvolvimento em áreas "onde os direitos da população local são ignorados".
A italiana reconheceu que Bruxelas e Turquia concordam em terminar com a violência, derrotar o terrorismo e promover a estabilidade na Síria e região.
"A Turquia é um parceiro importante da União Europeia e um ator de importância crucial na crise síria e na região, e a UE elogia a Turquia pelo seu importante papel como um país de amparada para refugiados sírios", comentou.
Em 2016, Bruxelas e Ancara fecharam um acordo para que a Turquia mantenha em seu território os migrantes que chegam irregularmente à Grécia.
"As preocupações de segurança da Turquia devem ser tratadas por meios políticos e diplomáticos, não por ações militares", insistiu a UE, pedindo proteção para a população civil.
Erdogan anunciou hoje o início da operação militar na Síria contra milícias curdas e contra o EI. EFE
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