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Johnson retirará projeto de lei do Brexit caso calendário não seja aprovado

22/10/2019 11h12

Londres, 22 out (EFE).- O governo britânico retirará do Parlamento o projeto de lei do Brexit caso os deputados votem nesta terça-feira contra o curto calendário estabelecido para a tramitação da saída e a União Europeia (UE) confirme a prorrogação do prazo, revelou uma fonte do governo à emissora "BBC".

O chamado WAB (sigla em inglês para Acordo de Retirada do Brexit) é um documento de 110 páginas apresentado na noite de segunda-feira. Os deputados deverão votar nesta terça-feira se estão a favor ou contra o calendário - de três dias - estabelecido para tramitar a legislação com urgência.

Caso a UE proponha um adiamento do Brexit, como se espera, o governo do primeiro-ministro Boris Johnson tentará convocar eleições gerais e não tentará aprovar mais a legislação sobre a saída do país da União Europeia.

"Não vamos desperdiçar mais meses com este Parlamento", disse a mesma fonte à emissora britânica.

Ao mesmo tempo, durante o debate na Câmara dos Comuns (câmara baixa do Parlamento), o primeiro-ministro pediu aos deputados que apoiem o projeto de lei para que o país possa "virar a página".

De acordo com o premiê, se os parlamentares apoiarem essa legislação o governo poderá "executar o Brexit e fazer com que o país avance".

O processo de retirada do Reino Unido do bloco europeu entrou em um momento-chave nesta terça-feira, com a primeira votação do WAB na Câmara dos Comuns, a menos de dez dias para o prazo de saída definido com a União Europeia, 31 de outubro.

No sábado passado, o governo de Johnson desistiu no último momento de submeter a votação o acordo pactuado com os 27 Estados-membros da UE porque a oposição aprovou uma emenda contrária aos interesses de Johnson.

O líder conservador explicou nesta terça-feira que esse contratempo faz com que agora seja necessário "acelerar" os "preparativos" para um possível cenário sem acordo.

"Hoje, temos a oportunidade de endireitar tudo isso porque se esta câmara apoiar esta legislação, se ratificarmos este novo acordo, poderemos executar o Brexit e fazer com que o país avance", ressaltou. EFE