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Oposição sugere alterações na agenda de Piñera para superar crise no Chile

4.set.2019 - O presidente chilene Sebastián Piñera durante coletiva de imprensa - Javier Torres/AFP
4.set.2019 - O presidente chilene Sebastián Piñera durante coletiva de imprensa Imagem: Javier Torres/AFP

02/11/2019 18h13

Três partidos opositores chilenos apresentaram neste sábado sugestões de mudanças na agenda social do presidente, Sebastián Piñera, para superar a crise, entre elas a convocação de um plebiscito para a elaboração de uma nova Constituição.

Os líderes do Partido Socialista (PS), do Partido pela Democracia (PPD) e do Partido Radical (PR), que formam a chamada Convergência Progressista, consideram as medidas propostas por Piñera "insuficientes", motivo pelo qual divulgaram sete novas ideias.

"Temos contrapropostas de mudanças estruturais para o Chile. O que o governo colocou sobre a mesa até agora é insuficiente para dar conta dos protestos da população. A agenda social do governo é insuficiente, temos que fazer o que é fundamental", comentou o presidente do PPD, Heraldo Muñoz.

Na quinta-feira passada, os dirigentes de vários partidos opositores se reuniram com o ministro do Interior, Gonzalo Blumel, que revelou a eles mais detalhes sobre as medidas que o governo pretende implementar e os convidou a contribuir com ideias e propostas.

Os principais pontos da contraproposta opositora são aumentar as aposentadorias, uma nova Constituição, fixar os preços dos medicamentos e modificar a reforma tributária.

Álvaro Elizalde, presidente do PS, disse que essas propostas têm como objetivo encontrar uma "solução imediata" para a crise, a qual, segundo ele, precisa ser resolvida com "mais democracia", o que o governo não entende.

Em 22 de outubro, Piñera apresentou um pacote de medidas para reduzir a pressão social e apaziguar os protestos no país, que até o momento já deixou 23 mortos devido a distúrbios, de acordo com números oficiais.

A nova agenda do presidente contempla um aumento nas aposentadoria, a criação de um rendimento mínimo garantido, a redução dos salários dos parlamentares e mudanças na saúde pública, entre outras iniciativas.

A intenção da oposição de convocar um plebiscito visa escrever uma nova Constituição que substitua a atual, instaurada durante a ditadura de Augusto Pinochet, em 1980, e que foi reformada várias vezes.

"Vamos fazer de tudo para um plebiscito. O povo está expressando seu mal-estar nas ruas", argumentou Elizalde.

No que se refere às aposentadorias e pensões, os opositores propõem aumentar os valores recebidos pelos mais vulneráveis em 50%, em vez dos 20% propostos pelo governo.

No aspecto tributário, os três partidos opositores indicaram que querem introduzir um imposto ao patrimônio das pessoas mais ricas do país e que o governo volte atrás em um ponto da reforma tributária que, segundo eles, reduz os impostos das pessoas com maiores rendas. A contraproposta ainda contempla o aumento do salário mínimo para 350 mil pesos chilenos (cerca de R$ 1.880).