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EUA propõem novo plano de transição na Venezuela e retirada de sanções

31/03/2020 22h36

Washington, 31 mar (EFE).- Os Estados Unidos propuseram nesta terça-feira um novo plano de "transição" para a democracia na Venezuela e a retirada de sanções econômicas, através de um governo de transição que inclui representantes do atual presidente Nicolás Maduro e o líder oposição, Juan Guaidó, e a realização de "eleições livres e justas".

"Este plano propõe que Maduro, o ex-presidente que se apegou ao poder, e Juan Guaidó, presidente interino, se afastem para que os membros eleitos da Assembleia Nacional de ambos os lados possam criar um Conselho de Estado para servir como um governo de transição, para organizar eleições presidenciais livres e justas", disse o representante especial dos Estados Unidos para a Venezuela, Elliott Abrams, em um artigo publicado no "Wall Street Journal".

Abrams acrescentou que "se as condições necessárias forem atendidas", o governo do presidente Donald Trump está "preparado para retirar as sanções econômicas impostas a Caracas".

"Os EUA não endossam nenhum partido político em particular na Venezuela. Apoiamos o retorno à democracia e acreditamos que todos os partidos, incluindo o partido do regime, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), devem poder competir em igualdade de condições em eleições livres e justas", acrescentou.

Se as "condições necessárias" forem alcançadas, Abrams mostrou a disposição de Washington "de trabalhar com todos os venezuelanos e outras nações e retirar sanções".

O anúncio do governo Trump ocorre menos de uma semana após o Departamento de Justiça ter anunciado acusações contra Nicolás Maduro e 14 outras figuras do Chavismo, além de dois dissidentes da ex-guerrilha das FARC por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e terrorismo.

Em uma tentativa de afogar economicamente o governo Maduro, os EUA sancionaram há mais de um ano a companhia estatal de petróleo PDVSA, a principal fonte de câmbio para a Venezuela, e desde então pressionam e ameaçam sanções contra países e empresas em todo o mundo para parar seus negócios petrolíferos com Caracas.