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ONU diz que 57,6 milhões na África estão em situação crítica de alimentos

Nigéria, com 23 milhões de habitantes, tende a ser o país mais afetado do continente - Audu Marte/AFP
Nigéria, com 23 milhões de habitantes, tende a ser o país mais afetado do continente Imagem: Audu Marte/AFP

Da EFE, em Genebra (Suíça)

03/07/2020 15h41

O número de pessoas em situação crítica de alimentos na África Central e Ocidental pode chegar a 57,6 milhões até o final deste ano, devido ao impacto nas economias das medidas para conter a disseminação do novo coronavírus, informou nesta sexta-feira o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA).

Estima-se que o país mais afetado seja a Nigéria, que é o mais populoso do continente, com 23 milhões de pessoas nessa situação, enquanto o restante das vítimas estaria concentrado no Níger e, em menor grau, no Burkina Faso, Chade, Camarões, República Centro-Africana, Mali e Senegal.

A situação levará 11,6 milhões de crianças a sofrer de desnutrição aguda este ano, 18% a mais do que antes da atual emergência sanitária.

As medidas que tiveram o maior impacto no acesso da população aos alimentos foram o fechamento de fronteiras e a suspensão dos mercados semanais ao ar livre em toda a região, resultando nos agricultores que não têm saída para seus produtos.

O resultado tem sido a perda de sua renda, enquanto os preços dos alimentos aumentaram para os consumidores devido à menor oferta, disse a porta-voz do PMA, Elisabeth Byrs.

Os preços aumentaram de 15% a 25% desde abril na República Centro-Africana, Chade e Nigéria.

Na Libéria, o preço da mandioca, um dos alimentos básicos da população, aumentou em 60%.

Elisabeth Byrs disse que a situação já era crítica antes da pandemia, quando era calculado que 21 milhões de pessoas não conseguiam atender às suas necessidades nutricionais mínimas, principalmente no período entre as colheitas (junho a agosto).

O PAM, a agência humanitária da ONU, planeja fornecer ajuda alimentar a 23 milhões de pessoas na região, nove a mais do que o planejado no início do ano e para a necessita de US$ 770 milhões adicionais - para atender aos requisitos do próximos seis meses - para o seu orçamento inicial.