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Secretário-geral da ONU lamenta distribuição desigual de vacinas pelo planeta

                                 Vacina, vacinação,seringa, covid 19                              -                                 Reuters/Michael Weber/Imago Imagens/Direitos reservados
Vacina, vacinação,seringa, covid 19 Imagem: Reuters/Michael Weber/Imago Imagens/Direitos reservados

28/01/2021 21h33

O secretário-geral da ONU, António Guterres, denunciou nesta quinta-feira as desigualdades na distribuição da vacina contra o novo coronavírus, já que alguns países não têm qualquer acesso ao produto.

"A ciência está tendo êxito, mas a solidariedade está falhando", garantiu o diplomata português, durante discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em que apresentou as prioridades deste ano da organização.

Segundo Guterres, as vacinas são uma "grande prova moral" que o mundo tem diante de si e que precisam ser vistas como um "bem público global", disponível para todas as pessoas do planeta.

O português deixou clara a percepção de que a comunidade internacional, até este momento, está fracassando.

"As vacinas estão chegando a um punhado de países rapidamente, enquanto os países mais pobres não têm nenhuma" disse.

"Os governos têm a responsabilidade de proteger suas populações, mas a Covid-19 não pode ser derrotada de país em país", completou Guterres.

O secretário-geral da ONU lembrou os alertas de especialistas, de que o novo coronavírus, em caso de expansão sem controle em algumas regiões, entrará em mutação, se tornará mais resistente e voltará a atingir os países mais ricos.

Além disso, Guterres citou estudos que sugerem que a concentração de vacinas poderia custar à economia global até US$ 9,2 triliões, com quase metade do impacto sendo para os países mais ricos.

O português ainda voltou a apelar por mais recursos para a plataforma Covax, iniciativa liderada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que visa fazer com que as vacinas cheguem para todas as regiões do planeta.

Segundo Guterres, a luta contra a pandemia da Covid-19 deve ser a prioridade da sociedade, seguida pela recuperação da crise, com o estabelecimento de uma economia mais inclusiva e sustentável.