Evo Morales critica "velha Europa" por resolução sobre a Bolívia
Morales leu uma carta dirigida à "velha Europa" na qual dizia que, "com grande surpresa no século XXI", tomou conhecimento da adoção de uma resolução do Parlamento Europeu sobre a Bolívia.
"Mostra claramente que alguns setores da Europa ainda mantêm sua visão colonial e humilhante para com os povos da América Latina e do Caribe", disse Morales à imprensa.
O ex-presidente também lamentou que tais setores "intervêm nos assuntos internos" e que "de maneira desproporcional fazem afirmações e declarações absolutamente falsas".
Morales lembrou que Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), foi "cúmplice" do que chamou de "golpe de Estado na Bolívia" em 2019, após o fracasso das eleições no país.
"Perguntamo-nos onde estavam os parlamentares europeus durante esse ano, será que a vida de um índio não vale nada?" perguntou o ex-presidente boliviano.
Em seguida, frisou que "os setores internacionais promoveram, financiaram e apoiaram" o alegado golpe de Estado no país e agora "tentam se esforçar para provar que não foi bem assim".
"Meu crime foi ser indígena, promover uma revolução cultural democrática", destacou Morales ao mencionar sua saída da presidência em 2019, após o que foi para o México e depois para a Argentina.
Morales declarou também que a Bolívia "decidiu construir sua própria história" e está exercendo soberania com dignidade e identidade. "Não somos uma colónia nem o quintal de ninguém", ressaltou.
Morales apresentou sua renúncia em 10 de novembro de 2019, denunciando que foi forçado por um suposto golpe, em meio a protestos de cidadãos e acusações de fraude eleitoral a seu favor nas eleições de outubro daquele ano, que mais tarde foram anuladas.
Na semana passada, uma resolução do Parlamento Europeu condenou a prisão de Añez e dois dos seus antigos ministros e pediu a libertação desses ex-funcionários, que estão detidos enquanto são investigados pelos crimes de sublevação e terrorismo.
A resolução foi aprovada por 396 votos a favor, 267 contra e 28 abstenções, após ser promovida pela ala de direita do parlamento da Comunidade Europeia.
Após terem tomado conhecimento da resolução, parlamentares bolivianos governistas denunciaram a "interferência", enquanto os opositores disseram que esta reconhece a "sucessão constitucional" de Añez no país.
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