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China vai 'esperar para ver' antes de abandonar estratégia contra covid

22.jan.2021 - Pessoas formam uma enorme fila para fazerem teste de detecção do coronavírus, em Pequim, na China - Greg Baker/AFP
22.jan.2021 - Pessoas formam uma enorme fila para fazerem teste de detecção do coronavírus, em Pequim, na China Imagem: Greg Baker/AFP

08/10/2021 05h33Atualizada em 08/10/2021 08h14

A China vai "esperar para ver" antes de adotar uma estratégia diferente da de "covid zero", disse Gao Fu, diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças do país.

Gao, que fez um discurso em uma reunião de saúde pública da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), afirmou que a China "não está pronta" para se tornar uma sociedade que conviva com o vírus.

Entretanto, ele deixou a porta aberta para uma mudança na estratégia.

"Tudo está em um estado dinâmico, e estamos prontos para repensar a estratégia, tudo é possível", declarou, lembrando que a China "já fez muitas mudanças em sua estratégia no passado".

Outros países da região Ásia-Pacífico, como Austrália, Vietnã e Nova Zelândia, que também optaram por uma política de "covid zero", estão gradualmente reajustando suas estratégias diante da rápida disseminação da variante delta e do progresso das campanhas de vacinação.

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou na segunda-feira um novo modelo que leva em conta as taxas de vacinação para afrouxar as restrições de circulação.

A China, que tem um número oficial de mortes por covid-19 de 4.636 e não registra nenhum óbito pela doença desde janeiro, aplica controles rigorosos de entrada: os passageiros que querem entrar no país - apenas residentes e alguns empresários - devem apresentar um teste PCR negativo e testes de anticorpos antes do embarque e depois ficam em quarentena por pelo menos duas semanas em um hotel, às suas próprias custas.

Na semana passada, o epidemiologista chinês Zhong Nanshan declarou que a China poderá revogar suas restrições de entrada quando houver poucos casos de covid no exterior e uma taxa de vacinação de 80% a 85% tiver sido alcançada no país.

A população chinesa não está longe do limite proposto por Zhong: de acordo com a Comissão Nacional de Saúde, 74,2% dos chineses já receberam o esquema vacinal completo.