China vai 'esperar para ver' antes de abandonar estratégia contra covid
A China vai "esperar para ver" antes de adotar uma estratégia diferente da de "covid zero", disse Gao Fu, diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças do país.
Gao, que fez um discurso em uma reunião de saúde pública da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), afirmou que a China "não está pronta" para se tornar uma sociedade que conviva com o vírus.
Entretanto, ele deixou a porta aberta para uma mudança na estratégia.
"Tudo está em um estado dinâmico, e estamos prontos para repensar a estratégia, tudo é possível", declarou, lembrando que a China "já fez muitas mudanças em sua estratégia no passado".
Outros países da região Ásia-Pacífico, como Austrália, Vietnã e Nova Zelândia, que também optaram por uma política de "covid zero", estão gradualmente reajustando suas estratégias diante da rápida disseminação da variante delta e do progresso das campanhas de vacinação.
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou na segunda-feira um novo modelo que leva em conta as taxas de vacinação para afrouxar as restrições de circulação.
A China, que tem um número oficial de mortes por covid-19 de 4.636 e não registra nenhum óbito pela doença desde janeiro, aplica controles rigorosos de entrada: os passageiros que querem entrar no país - apenas residentes e alguns empresários - devem apresentar um teste PCR negativo e testes de anticorpos antes do embarque e depois ficam em quarentena por pelo menos duas semanas em um hotel, às suas próprias custas.
Na semana passada, o epidemiologista chinês Zhong Nanshan declarou que a China poderá revogar suas restrições de entrada quando houver poucos casos de covid no exterior e uma taxa de vacinação de 80% a 85% tiver sido alcançada no país.
A população chinesa não está longe do limite proposto por Zhong: de acordo com a Comissão Nacional de Saúde, 74,2% dos chineses já receberam o esquema vacinal completo.
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