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UE recomenda que Ucrânia seja candidata a entrar no bloco

17/06/2022 14h48

Bruxelas, 17 jun (EFE).- A Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia (UE), recomendou nesta sexta-feira que a Ucrânia ganhe o status de candidata a entrar no bloco, após receber uma "perspectiva europeia".

A posição foi anunciada pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, em uma entrevista coletiva para anunciar os resultados de um relatório realizado de forma acelerada após a Ucrânia solicitar formalmente a adesão à UE.

Ela também anunciou que, assim como no caso da Ucrânia, outra interessada em entrar no bloco, a Moldávia, receba primeiro uma "perspectiva europeia" e depois ganhe o status de "candidata" se preencher certas condições.

Já em relação à Geórgia, mais um país que declarou interesse na adesão, a Comissão Europeia avaliou que deve permanecer na primeira etapa, por não ter atendido algumas condições, e que a situação seja reavaliada antes de ela ser recomendada como candidata.

Os anúncios da Comissão tiveram caráter simbólico, já que a decisão de considerar um país como candidato e de começar a negociar sua entrada na União cabe, de qualquer forma, aos 27 membros, e por unanimidade.

"Os ucranianos estão prontos para morrer pela perspectiva europeia. Queremos que eles vivam com o sonho europeu", disse Von der Leyen.

"Propomos o status de candidato e sabemos que depois temos que trabalhar nas reformas que foram detalhadas", de modo que "todo o processo de adesão é um processo dinâmico que pode avançar ou retroceder em velocidades diferentes. Depende do país", acrescentou.

Ela também ressaltou que o processo de ampliação da UE é "dinâmico", e não é alcançado com "prazos ou medidas pré-estabelecidas que não podem ser desfeitas uma vez que tenham sido tomadas".

Von der Leyen disse que as três avaliações foram feitas "cuidadosamente" levando em conta os méritos dos três países e com base nos critérios de Copenhague e Madri, que "estabelecem as condições políticas e econômicas, assim como a capacidade de prosperar em nosso competitivo mercado interno".

Ela enfatizou que, apesar da guerra na Ucrânia, a UE "aplicou os critérios rigorosos da Comissão na avaliação desses pedidos de adesão".

O comissário de Ampliação, Olivér Varhelyi, negou na coletiva que funcionários da UE tenham preenchido os formulários para o pedido de adesão da Ucrânia. Todos os três pré-candidatos, segundo ele, tinham recebido assistência técnica da Comissão.

A Comissão considera que a Ucrânia demonstrou "claramente" sua "aspiração" e seu "compromisso" de "estar à altura dos valores e padrões europeus", e que seu caminho em direção à UE já havia sido iniciado antes da guerra.

"A Ucrânia merece uma perspectiva europeia. Deve ser acolhida como país candidato, entendendo-se que há um trabalho importante a ser feito. Todo o processo é baseado no mérito. Vai de acordo com as regras e, portanto, o progresso depende inteiramente da Ucrânia", enfatizou Von der Leyen.

Quanto à Moldávia, a política alemã salientou que "ainda há um longo caminho a percorrer", pois "sua economia e sua administração pública, em particular, exigem grandes melhoras, mas "enquanto os líderes do país mantiverem o rumo, acreditamos que ele tem o potencial para estar à altura das exigências".

Sobre a candidatura da Geórgia, Von der Leyen disse que, apesar de ter o mesmo "potencial" da Ucrânia e da Moldávia, bem como "pontos fortes", notadamente a orientação de mercado de sua economia e uma indústria forte, o país precisa "se unir politicamente para projetar um caminho claro para a reforma estrutural e a União Europeia". EFE