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Portugal em alerta vermelho com temperaturas recordes e ameaça de incêndios

12/07/2022 15h06

Lisboa, 12 jul (EFE).- Portugal está em alerta vermelho a partir desta terça-feira devido à ameaça de incêndios agravada pelas temperaturas previstas para esta semana, enquanto centenas de tropas combatem os focos reativados nas últimas horas, que deixaram dezenas de evacuados no centro do país.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (Ipma) ativou hoje o alerta vermelho para as temperaturas previstas em oito distritos do país diante de "uma situação meteorológica de extremo risco".

A agência previu, em comunicado, que as temperaturas máximas chegarão durante os dias 13 e 14, e castigarão sobretudo zonas como o Alentejo e o Vale do Tejo, onde o termômetro pode atingir os 46 graus.

O alerta lançado pelo Ipma junta-se à declaração de contingência decretada pelo governo de António Costa ao longo da semana e que poderá ser prorrogada se necessário.

Uma declaração inédita sobre incêndios que implica o reforço dos equipamentos de extinção e proíbe a queima de palha, o uso de fogos de artifício ou pirotecnia, trabalhos com máquinas na floresta e atividades em algumas áreas florestais.

A ameaça de incêndio levou Portugal a solicitar ajuda de emergência ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil e a Comissão Europeia mobilizou no domingo dois aviões de combate a incêndios Canadair da sua frota na Espanha para colaborar com as tropas portuguesas.

CALOR AUMENTA O RISCO DE REATIVAÇÃO DE INCÊNDIO

A Proteção Civil anunciou ontem que não houve "incêndios ativos significativos", mas advertiu para o risco de reativação devido às altas temperaturas e a previsão foi cumprida em Ourem (centro), um dos focos mais preocupantes.

Mais de 370 tropas trabalham para extinguir o fogo, que hoje avança para o município de Alvaiázere, onde dezenas de pessoas foram evacuadas.

Ao todo, segundo a Proteção Civil, as chamas devastaram cerca de 5,5 mil hectares no norte e centro do país e deixaram 41 feridos ligeiros.

A situação deixa em dúvida a realização de alguns festivais previstos para esta semana, como o Superbock Super Rock - programado para começar na próxima quinta-feira na vila do Meco, em Sesimbra - e a concentração de motos agendada entre quinta e sábado em Faro, Algarve (sul).

As autoridades de proteção civil visitaram hoje os locais que vão receber os festivais para avaliar os riscos.

O primeiro-ministro, António Costa, advertiu ontem que o estado de contingência proíbe a realização de atividades em zonas florestais e,"nestas condições, não é possível abrir exceções" e apontou a possibilidade de "reajustar" os eventos já planejados.

"Mais de 50% dos incêndios em Portugal são causados por negligência, pelo uso incorreto dos espaços florestais, e isso não pode acontecer", advertiu ontem a Proteção Civil. EFE