Blinken vê parceria dos EUA com RDC como fundamental para benefício da África
Blinken chegou hoje a Kinshasa vindo da África do Sul, em sua viagem pelo continente africano, com o objetivo de estreitar os laços econômicos e de investimento, bem como em termos de recursos minerais e segurança, entre os dois países.
"A crescente força da parceria entre a RDC e os EUA é fundamental para a busca da paz e prosperidade na África e não só", disse o secretário de Estado, durante entrevista coletiva ao lado do vice-primeiro-ministro e ministro dos Relações Exteriores congolês, Christophe Lutundula Apala.
Blinken falou da importância para o futuro da RDC e da região do "compromisso com a democracia" do país e da administração de sua parte da Bacia do Congo e da floresta tropical, uma das maiores do mundo, "vital para enfrentar a crise climática" e "doenças infecciosas".
"Em última análise, o que acontece aqui é sentido em muitos lugares, por isso o trabalho que nossos países fazem juntos é tão importante", acrescentou o chefe da diplomacia dos EUA.
Por sua vez, o vice-primeiro-ministro da RDC destacou a vontade dos líderes dos dois países de desenvolver uma cooperação e parceria "estratégica" e "frutífera" para os povos congolês e americano.
Apala afirmou que eles discutiram assuntos de interesse comum, como segurança, particularmente a situação no leste da RDC, onde vários grupos armados atuam.
Também abordaram a cooperação militar, econômica e financeira, com foco no investimento estrangeiro e no problema da extração de recursos minerais e proteção da biodiversidade, segundo o ministro das Relações Exteriores congolês.
"O maior desafio que enfrentamos reside na implementação e materialização destas novas perspetivas e destes compromissos, a fim de dar um conteúdo real e tangível à nossa cooperação", declarou o vice-ministro.
Eles discutiram o problema da insegurança no leste do país, onde os combates entre o exército congolês e o movimento rebelde de 23 de março (M23) que, segundo Kinshasa, conta com o apoio de Ruanda, acusação negada por Kigali e que gerou forte tensão entre os dois países.
A este respeito, Blinken destacou que os EUA estão "muito preocupados" com as acusações de que Ruanda possa estar apoiando o M23 e manifestou a sua disponibilidade para apoiar a mediação internacional do processo de resolução desta disputa, gerida por Quênia e Angola.
Já o vice-ministro assegurou o compromisso da RDC em proteger a biodiversidade das suas florestas, apesar do anúncio, no dia 18 de julho, do leilão de 27 blocos para exploração petrolífera e três distribuídos por todo o país e com uma área total de mais de 240 mil quilômetros quadrados.
Neste sentido, o secretário de Estado afirmou que "a RDC precisa dos seus recursos naturais para seu desenvolvimento e para proteger suas florestas".
Antes da entrevista coletiva, Blinken se reuniu com o presidente do país africano, Félix Tshisekedi, e participou de um encontro bilateral.
O diplomata americano ficará na RDC até amanhã, quando se desloca para o último país de sua passagem pelo continente africano, Ruanda, depois de visitar a África do Sul, onde hoje teve um encontro de cortesia com o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa.
Esta é a segunda viagem do secretário de Estado dos EUA à África em menos de um ano, depois de visitar Quênia, Nigéria e Senegal em novembro de 2021. EFE
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