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Rebeliões em presídios deixam ao menos 18 detentos mortos em Roraima e Rondônia

17/10/2016 18h04

(Reuters) - Pelo menos 18 detentos morreram nas últimas horas em presídios de Roraima e Rondônia em consequência do suposto fim de acordo de paz entre facções rivais, informaram assessores dos dois Estados nesta segunda-feira.

De acordo com as assessorias locais, ao menos 10 mortes aconteceram em uma penitenciária de Roraima no último domingo, e outras 8 ocorreram na madrugada em um presídio de Porto Velho, em Rondônia.

“O presídio Ênio Pinheiro não costuma apresentar incidentes graves, uma vez que recebe apenados que estão próximos de ter acesso ao regime semiaberto”, disse o secretário de Justiça de Rondônia, Marcos Rocha, em comunicado no site do governo de Rondônia.

Segundo ele, os suspeitos dos crimes foram identificados e transferidos para um outra unidade na capital.

O secretário disse a jornalistas que as mortes têm como origem o fim do acordo de paz entre duas das principais facções do país, e a ordem para as execuções partiu de fora da cadeia.

Em Roraima, a mídia chegou a informar mais cedo, citando a polícia militar, que pelo menos 25 presos tinham morrido dentro da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, em decorrência de uma briga entre lideranças de facções criminosas. O número foi, depois, reduzido para 10.

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou nesta segunda-feira, ao ser questionado sobre a disputa entre facções, que não iria comentar notícias sobre movimentações de grupos criminosos.

“Nosso planejamento é exatamente em relação à criminalidade organizada e o nosso mapeamento, do qual participa também o departamento penitenciário. Não é possível se combater de forma séria, dura e eficaz se não começarmos desde os presídios”, disse Moraes a jornalistas no Rio de Janeiro.

Segundo ele, o governo trabalha para fazer uma ação conjunta envolvendo as secretarias de Justiça e Administração Penitenciária, para que os grupos organizados fiquem mais tempo presos. Por outro lado, disse Moraes, a ideia é evitar que presos que cometeram delitos de menor expressão passem muito tempo na cadeia.

(Por Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)