Milhares marcham em Bucareste um ano após desastre que matou 64 em casa noturna
BUCARESTE (Reuters) - Milhares de romenos marcharam em silêncio pela capital Bucareste neste domingo para marcar um ano do incêndio de uma casa noturna que matou 64 pessoas, uma tragédia que levou a uma série de protestos contra autoridades corruptas e eventualmente derrubou o governo.
Mais de 4 mil pessoas levando flores e velas se dirigiram até o local onde ficava o Colectiv Club, em protesto contra a corrupção que ainda castiga a Romênia, e contra a precariedade do país para prevenir ou lidar com uma outra tragédia.
As ruas ao longo da trajetória da marcha estavam repletas de cartazes e banners eleitorais das próximas eleições parlamentares, no dia 11 de dezembro, todos prometendo reformar e mudar a Romênia para melhorar. Pesquisas preveem que nenhum partido conquistará a maioria absoluta.
O governo tecnocrata que lidera o país desde que o governo de esquerda renunciou em novembro do ano passado deu início a melhoras na área de transparência. Instituições estatais devem emitir dados referentes a gastos mensais. Dados de saúde pública e referentes a projetos financiados pela União Europeia são públicos.
Mas questões permanecem sobre se um próximo governo eleito continuaria a combater a corrupção.
O incêndio começou quando fogos de artifício usados durante um show da banda de rock Goodbye to Gravity atingiram espumas de isolamento acústico inflamáveis, fazendo com que a multidão se amontoasse junto à única saída do local, aprisionando quase 350 pessoas na parte de dentro.
Ao todo, 64 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas no pior desastre do tipo na União Europeia em décadas.
Investigações de promotores mostram que os proprietários da casa permitiram que ela estourasse a capacidade máxima de pessoas, que a Collectiv não estava equipada para receber fogos de artifício e não tinha saídas de emergência. Uma empresa havia instalado fogos de artifício apropriados para uso externo.
Autoridades de Bucareste concederam à casa uma licença de operação e inspetores de segurança permitiram que ela funcionasse apesar de saberem que ela não tinha uma licença de segurança contra incêndios. Os promotores enviaram todos os envolvidos a julgamento.
"A Romênia hoje não é o que era há um ano", disse o presidente Klaus Iohannis, enquanto deixava flores no local no domingo. "As pessoas têm mais expectativas".
"Temos um dever de não permitir que essa tragédia seja esquecida, temos que lembrá-la e nunca esquecer dos inocentes que morreram aqui na Collectiv."
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