Topo

Brasileira Clealco está em conversas para renegociar dívidas e avalia possível venda

27/01/2017 17h47

Por Tatiana Bautzer e Marcelo Teixeira

SÃO PAULO (Reuters) - A Clealco Açúcar e Álcool está em conversas com bancos para renegociar os termos de cerca de 1,5 bilhão de reais em empréstimos, a mais recente empresa açucareira do Brasil reestruturando suas operações em meio a pesadas dívidas, disseram três pessoas com conhecimento da situação.

Acionistas da Clealco estão considerando retomar processo para procurar um comprador, o que pode acontecer simultaneamente com o plano de renegociação dos empréstimos, disse a primeira pessoa, que não tem autorização para discutir os planos publicamente.

A Clealco, que possui três usinas no Estado de São Paulo com capacidade combinada de processamento anual de 10 milhões de toneladas de cana, contratou a empresa Pantalica Partners para assessorá-la nas negociações com bancos que incluem o Rabobank, Itaú Unibanco e Santander Brasil, disseram as pessoas.

A Clealco ainda irá propor os termos do plano para credores, acrescentaram. Os sócios da companhia esperam levantar em torno de 500 milhões de dólares no caso de decidirem por uma venda total do negócio, informou a primeira pessoa.

A Clealco, sediada em Clementina, na região de Araçatuba (SP), não quis comentar. O Rabobank, Itaú, Santander e Pantalica não comentaram.

As conversas para reestruturação do negócio ocorre dois meses após a Clealco e a operadora suíça de commodities Glencore suspenderem negociações sobre uma possível venda que já durava um ano. A Reuters reportou na terça-feira que a Glencore está avaliando outras instalações brasileiras de açúcar, após a aquisição em novembro de uma usina da Unialco.

A terceira fonte disse que a ideia inicial dos acionistas da Clealco era de vender uma participação minoritária na empresa para um investidor a fim de arrecadar capital para reduzir a dívida, mas não tiveram sucesso.

A Glencore não quis comentar sobre "rumores de mercado ou especulações".

Empresas de commodities e fundos de private equity estão buscando oportunidades para comprar usinas no maior produtor de açúcar do mundo, algumas das quais seguem atoladas em dívidas mesmo com os preços do açúcar atualmente próximos de uma máxima de cinco anos. Muitas usinas reestruturaram suas operações e outras entraram com pedidos de recuperação judicial após um ciclo de baixos preços que durou anos e acabou em meados de 2015.