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Atoleiros na BR-163 reduzem potencial de exportação de grãos pelo Norte, diz Blairo

21/02/2017 13h44

SÃO PAULO (Reuters) - A exportação de grãos pelos portos do Norte do Brasil ficará abaixo do previsto neste ano devido a atoleiros causados pelas intensas chuvas na rodovia BR-163, importante corredor para acesso aos terminais, disse nesta terça-feira o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ao ser questionado sobre o assunto.

Em entrevista a jornalistas em São Paulo, ele disse que o escoamento pelos portos de Itacoatiara (AM) e Barcarena (PA) deveria atingir entre 13 milhões e 14 milhões de toneladas de grãos nesta safra, mas o volume previsto para esse novo canal de exportações do Brasil, no Norte, não será realizado.

"Eu mesmo, minha empresa mesmo, e outras têm investimentos na região e estamos pagando um preço caro por não poder rodar os ativos que lá foram feitos", disse Blairo.

O ministro é acionista da Amaggi, grande empresa do setor agrícola que opera terminais e transporte fluvial na região amazônica. Além disso, empresas como Bunge e Hidrovias do Brasil inauguraram recentemente terminais no fim da BR-163, no município de Itaituba, que dependem dos grãos que chegam por via rodoviária, saindo de Mato Grosso e atravessando centenas de quilômetros no interior do Pará.

Mais de 100 quilômetros da BR-163 ainda estão sem asfalto, onde ocorrem os principais problemas em períodos de chuvas. Blairo disse que a obra não está encerrada ainda por problemas com empresas de pequeno porte que assumiram trechos e não tiveram capacidade de realizar os trabalhos.

"Nós, usuários, estamos tentando passar numa estrada de chão com milhares e milhares de caminhões todos os dias, que não têm condições de rodar. Aí pega 30 dias de chuva, como está acontecendo naquela região, e fica impossível. Certamente os volumes que estavam programados para aquela região não irão acontecer", disse o ministro.

Ele disse que uma parte dos grãos destinados para os portos do Norte terão que ser remanejados para portos do Sul/Sudeste do país.

(Por Gustavo Bonato)