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Itália marca eleição para 4 de março em meio a temores de Parlamento dividido

28/12/2017 19h11

Por Gavin Jones e Isla Binnie

ROMA (Reuters) - A Itália irá às urnas em 4 de março em uma eleição que deve produzir um Parlamento dividido, instabilidade e possível turbulência de mercado na terceira maior economia da zona do euro.

O gabinete do primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, marcou a data da votação após o presidente dissolver o Parlamento nesta quinta-feira, abrindo formalmente uma campanha eleitoral que na prática já tem sido travada amargamente há semanas.

Com pesquisas de opinião sugerindo que ninguém irá conquistar uma maioria parlamentar, Gentiloni disse que irá permanecer no cargo e garantir continuidade até que uma nova administração esteja em vigor.

No cenário atual, uma aliança de centro-direita em torno do Força Itália, de Silvio Berlusconi, parece estar pronta para conquistar o maior número de assentos --possivelmente catapultando o político de 81 anos e quatro vezes primeiro-ministro de volta ao palco principal, mesmo que ele não possa se tornar premiê por conta de uma condenação por fraude fiscal.

Gentiloni, há um ano no poder, disse a repórteres que a Itália não deve temer incerteza, destacando que isto agora é comum em muitos países europeus.

“Nós não precisamos dramatizar o risco de instabilidade, nós somos bem vacinados contra isto”, disse, em referência às frequentes mudanças de governo na Itália, acrescentando que em outros lugares na Europa tem ocorrido “uma italianização dos sistemas políticos”.

A Alemanha está empacada em conversações para formar um novo governo após eleições inconclusivas, enquanto Espanha e Portugal possuem governos de minoria e o Reino Unido está emaranhado em negociações sobre sua saída da União Europeia.

Mas a Itália, com a maior dívida pública da zona do euro depois da Grécia e uma das maiores taxas de desemprego do bloco, é considerada particularmente vulnerável.

A economia italiana está neste ano a caminho de seu crescimento mais firme desde 2010, mas o país continua entre os desempenhos mais fracos da Europa como tem sido desde o início da união monetária, em 1999.