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Rebeldes sírios deixam cidade em Ghouta oriental em ônibus do governo em primeira rendição

22/03/2018 19h43

BEIRUTE/DAMASCO (Reuters) - Rebeldes sírios se retiraram em ônibus de uma cidade em Ghouta oriental nesta quinta-feira e entregaram a área ao Exército, na primeira rendição de tal tipo desde que uma das campanhas mais ferozes da guerra de sete anos começou há mais de um mês.

A decisão do grupo Ahrar al-Sham de aceitar os termos do Exército e abandonar a cidade de Harasta coloca o governo no caminho de sua maior vitória sobre rebeldes desde a batalha de Aleppo, em 2016.

E em outra parte da mesma região, o grupo rebelde Failaq al-Rahman disse que um cessar-fogo tinha sido acordado para permitir uma "sessão final de negociação".

    Após o anoitecer desta quinta-feira, cerca de 30 ônibus levando combatentes rebeldes e suas famílias deixaram a cidade. A mídia estatal síria relatou que ônibus levaram 1.580 pessoas, incluindo 413 combatentes rebeldes, que receberam passagem segura para o noroeste da Síria.

    Uma unidade de mídia militar comandada pelo Hezbollah, aliado do presidente sírio, Bashar al-Assad, relatou que 1.500 combatentes e 6.000 familiares haviam concordado em deixar a cidade.    Um oficial do Exército entrevistado na TV estatal disse que rebeldes que ainda não haviam negociado acordos similares para retirada de outras cidades em Ghouta oriental devem abandonar ou morrer.

“A morte está indo para você se você não se render”, disse.

    A operação militar em Ghouta oriental, último grande bastião rebelde próximo à capital, tem sido uma das mais intensas na guerra síria de sete anos, matando mais de 1.500 pessoas em bombardeios implacáveis com aviões de guerra e bombardeios.

    Antes de embarcar nos ônibus, um pequeno grupo foi visto em imagens da TV ajoelhando em linha no entardecer para a oração do pôr do sol do Islã – talvez a última que iriam realizar em sua cidade-natal. Crianças corriam entre os adultos que aguardavam para embarcar.

    Entre 18 mil e 20 mil pessoas permaneceriam em Harasta sob comando do governo, disse uma fonte militar.