EUA agravam "crise regional" ao incitarem Arábia Saudita contra Irã, diz aiatolá Khamenei
Por Parisa Hafezi
ANCARA (Reuters) - O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, criticou os Estados Unidos nesta segunda-feira, um dia depois de o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, visitar Riad, acusando Washington de tentar atiçar uma "crise regional" incitando sua aliada Arábia Saudita a confrontar Teerã.
Em comentários transmitidos pela televisão estatal, o aiatolá reiterou clamores antigos para que os EUA "deixem" o Oriente Médio, que ele classificou como lar do Irã, e disse que qualquer potência que tentar desafiar seu país será derrotada.
"Uma das maneiras de confrontar o Irã é provocar governantes inexperientes da região", afirmou, uma referência aparente ao príncipe da coroa saudita, Mohammed bin Salman, de 32 anos.
"Os americanos estão tentando provocar a Arábia Saudita contra Teerã... sua meta é criar mais crise regional... para levar muçulmanos a lutar contra muçulmanos".
"Se estes governos ganharem mais sabedoria, não confrontarão o Irã. Se confrontarem o Irã, serão derrotados".
Os comentários de Khamenei foram veiculados um dia depois de Pompeo se encontrar com o rei saudita Salman em Riad durante uma rápida turnê pela região.
No domingo, Pompeo disse que os EUA estão profundamente preocupados com as "atividades desestabilizadoras e malignas" do Irã no Oriente Médio.
Parecendo tratar destas colocações, Khamenei disse que sua nação não pretende limitar sua influência regional.
"Os americanos é que deveriam partir... o Oriente Médio, o oeste da Ásia e o Golfo Pérsico são nosso lar".
Teerã e Riad estão envolvidas há tempos em uma guerra por procuração, competindo pela supremacia regional do Iraque à Síria e do Líbano ao Iêmen. O presidente norte-americano, Donald Trump, vem apoiando os esforços de Riad para conter a influência da República Islâmica.
Segundo a TV estatal iraniana, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Bahram Qasemi, disse que Teerã continuará apoiando seus amigos na região, apesar da pressão de Washington para refrear sua ascendência.
"A cooperação entre América e Arábia Saudita desestabilizará ainda mais o Oriente Médio e levará a mais crise na região", disse Qasemi.
Em Riad, Pompeo reforçou ao governo saudita que seu país romperá com o acordo nuclear multinacional firmado com o Irã em 2015 a menos que os signatários europeus o "consertem".
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