Conversas comerciais entre EUA e China terminam sem avanços e tarifas entram em vigor
Por David Lawder e Michael Martina
WASHINGTON/PEQUIM (Reuters) - Autoridades dos Estados Unidos e da China encerraram dois dias de conversas nesta quinta-feira sem avanços significativos, conforme a guerra comercial entre os país aumentou após ativação de outra rodada de tarifas sobre o equivalente a 16 bilhões de dólares em bens de cada país.
“Nós concluímos dois dias de discussões com contrapartes da China e trocamos opiniões sobre como alcançar equidade, equilíbrio e reciprocidade na relação econômica”, disse a porta-voz da Casa Branca Lindsay Walters em breve comunicado enviado por e-mail.
As discussões incluíram “respostas às questões estruturais na China”, incluindo suas políticas de propriedade intelectual e transferência tecnológica, disse Walters.
Autoridades de nível intermediário do governo Trump que participaram das conversas irão informar os chefes de suas agências sobre as discussões, disse Walters.
Implementação das mais recentes tarifas de 25 por cento nesta quinta-feira não descarrilou as conversas, lideradas pelo subsecretário do Tesouro dos EUA, David Malpass, e pelo vice-ministro do Comércio da China, Wang Shouwen. As conversas foram as primeiras cara a cara entre China e EUA desde o início de junho para tentar encontrar uma solução para um intenso conflito comercial e tarifas crescentes.
Mais cedo, uma autoridade sênior do governo Trump minimizou chances de sucesso, dizendo que a China ainda precisava responder queixas norte-americanas sobre suposta apropriação indevida de propriedade intelectual dos EUA e subsídios industriais.
“Para que tenhamos um resultado positivo destes compromissos, é realmente crítico que eles (a China) respondam a preocupações fundamentais que nós levantamos”, disse a autoridade em teleconferência sobre a nova lei de revisão de segurança dos EUA para aquisições estrangeiras. “Nós ainda não vimos isto, mas nós vamos continuar encorajando-os a responder problemas que nós levantamos”.
Uma porta-voz da embaixada da China em Washington não pôde ser imediatamente contatada para comentários.
O Ministério do Comércio da China informou em Pequim que apresentou uma queixa na Organização Mundial do Comércio sobre a rodada mais recente de tarifas norte-americanas. Os dois países agora miram 50 bilhões de dólares em bens um do outro e ameaçaram taxas sobre a maior parte do restante de seu comércio bilateral, levantando preocupações de que o conflito pode pressionar o crescimento econômico global.
Autoridades do governo Trump têm expressado divergências sobre a quantidade de força que devem usar para pressionar Pequim, mas a Casa Branca aparenta acreditar estar vencendo a guerra comercial, conforme a economia da China desacelera e seu mercado de ações tropeça.
Economistas calculam que cada 100 bilhões de dólares de importações atingidos por tarifas irão reduzir o comércio global em torno de 0,5 por cento.
Eles assumiram um impacto direto sobre o crescimento econômico da China em 2018 de 0,1 para 0,3 ponto percentual, e um pouco menos para os Estados Unidos, mas o impacto será maior no ano que vem, junto a danos colaterais para outros países e companhias ligadas às cadeias de abastecimento global da China.
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