Bolsonaro diz que advertiu filho por "absurdo" de fala sobre fechar STF
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou nesta segunda-feira em entrevista ao SBT que repreendeu o filho Eduardo Bolsonaro pelo "absurdo" da declaração gravada em um vídeo em que o deputado reeleito fala na possibilidade de fechar o Supremo Tribunal Federal (STF).
"Eu já adverti o garoto, o meu filho, a responsabilidade é dele. Ele já se desculpou. Isso aconteceu há quatro meses, ele aceitou responder uma pergunta que não tinha nem pé nem cabeça, e resolveu levar para o lado desse absurdo", disse Bolsonaro em entrevista gravada em sua casa na zona oeste do Rio de Janeiro.
"Nós temos todo o respeito e a consideração pelos demais Poderes, e o Judiciário, obviamente, é importante. Eu até fui pesado com o meu garoto, quem fala isso tem que buscar o psiquiatra. Ele já assumiu a responsabilidade, repito, se desculpou, e no que depender de nós, obviamente, isso é uma página virada na história".
Eduardo Bolsonaro afirmou em um vídeo que viralizou no fim de semana que bastaria enviar um soldado e um cabo para fechar o Supremo. Após a repercussão gerada pelo vídeo, Eduardo tuitou negando que tenha defendido o fechamento do STF, afirmando que apenas repetiu uma brincadeira.
Questionado no domingo sobre a declaração dada pelo filho, Bolsonaro já havia dito que "não existe" hipótese de fechar o STF, e que quem falou em fechar o Supremo deveria "consultar um psiquiatra".
Dentro da campanha, a fala de Eduardo Bolsonaro também repercutiu mal e só reforçou a orientação já dada pelo presidenciável para que a equipe se exponha o menos possível na reta final, disse uma fonte.
"Agora é a hora da gente jogar parado, administrar a vantagem e evitar declarações como a do filho", disse à Reuters um integrante da equipe, que pediu para não ser identificado. "É uma coisa infeliz e desnecessária", classificou ele, sobre o comentário, ao avaliar que esta será a semana "mais longa" da campanha.
O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, disse em nota nesta segunda-feira que "atacar o Poder Judiciário é atacar a democracia", e outros ministros da corte também se manifestaram sobre a declaração de Eduardo Bolsonaro. O decano do STF, Celso de Mello, a classificou de "inconsequente e golpista".
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro; reportagem adicional de Ricardo Brito, em Brasília)
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