Bolsonaro vence Haddad e é eleito presidente da República
Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - O capitão da reserva do Exército Jair Bolsonaro, de 63 anos, foi eleito neste domingo presidente da República e assumirá o cargo em 1º de janeiro de 2019, mostraram dados da apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Com 94,44 por cento das seções eleitorais apuradas, Bolsonaro tem 55,54 por cento dos votos válidos e o petista Fernando Haddad tem 44,46 por cento.
O resultado gerou festa de milhares de apoiadores de Bolsonaro que estavam em frente ao condomínio onde mora o candidato do PSL na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Em São Paulo, fogos de artifício foram ouvidos, e simpatizantes do capitão da reserva se reuniram para comemorar na avenida Paulista.
Mais cedo, Bolsonaro votou sob forte esquema de segurança nesta manhã em uma escola de uma vila militar do Rio de Janeiro e afirmou que estava confiante de uma vitória.
Diante de uma campanha tão acirrada e de elevado patamar de polarização, apontada por analistas como um plebiscito entre o antipetismo, encarnado por Bolsonaro, e o petismo, que teve Haddad escalado para representá-lo por decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o maior desafio do vencedor agora deverá ser buscar um discurso de união.
A partir da eleição do capitão da reserva, conhecido por sua retórica dura e por suas declarações polêmicas, fica a dúvida se terá capacidade e disposição de fazer esses gestos e de unir forças em torno de si para governar.
No hotel onde Haddad e apoiadores acompanhavam a apuração predominava o silêncio, pouco depois das 19h.
As cerca de 200 pessoas que se reuniram no hotel na capital paulista não mostravam já muito entusiasmo. Ao chegar no local em torno de 18h, Haddad foi recebido com gritos de “vamos virar”, mas dirigentes do partido mostravam apenas um “otimismo cauteloso”, de quem considerava, segundo disse à Reuters uma fonte, que uma virada não era mais impossível, mas não provável.
Haddad assistiu à apuração reunido apenas com a esposa, Estela, os dois filhos, mãe e irmãs. Do lado de fora, em outra sala, com coordenadores de campanha, dirigentes e parlamentares do partido em uma suíte.
Ao contrário de quando perdeu a eleição para Prefeitura de São Paulo, em 2016, para João Doria, Haddad decidiu, segundo a fonte, não ligar para o adversário para parabenizá-lo pela vitória.
(Reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier e Ricardo Brito no Rio de Janeiro; e Lisandra Paraguassu, em São Paulo)
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