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Bolsonaro ameaça cortar relações diplomáticas com Cuba

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) - Hanrrikson de Andrade - 1º.nov.2018/UOL
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) Imagem: Hanrrikson de Andrade - 1º.nov.2018/UOL

Anthony Boadle

De São Paulo

02/11/2018 14h45

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse não ver razão para manter relações diplomáticas com Cuba porque o país desrespeita direitos humanos e não havia negócios a serem feitos com a ilha comunista.

Em uma entrevista publicada nesta sexta-feira (2) pelo jornal "Correio Braziliense", Bolsonaro criticou o modelo do programa Mais Médicos, no qual 11.420 médicos cubanos trabalham em áreas pobres e remotas no Brasil.

Ele disse que 75% dos salários dos médicos era pago ao governo de Cuba e suas crianças não eram autorizadas a se juntar a eles no Brasil, citando o caso de uma médica cujos três filhos tiveram que continuar em Cuba.

"Isso para uma mãe, não é mais que uma tortura? Dá para manter relações diplomáticas com um país que trata os seus dessa maneira?"

Bolsonaro disse que o programa, iniciado no governo mais à esquerda da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para fornecer atenção médica em áreas onde médicos brasileiros não queriam trabalhar, poderia continuar, mas os médicos cubanos teriam que receber a totalidade do salário e manter suas crianças com eles.

Eleito na semana passada, Bolsonaro promete a maior mudança na política externa do país em décadas, a partir de sua posse no dia 1º de janeiro.

Ele vai buscar relações mais próximas com os Estados Unidos e confirmou na véspera que planeja seguir o presidente Donald Trump e transferir a embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém.