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Ex-diretor do FBI retira ação que visava anular intimação do Congresso norte-americano

02/12/2018 16h44

Por Sarah N. Lynch

WASHINGTON (Reuters) - O ex-diretor do FBI James Comey retirou neste domingo uma ação que tentava anular intimação do Congresso obrigando-o a testemunhar em segredo acerca de decisões do FBI sobre investigações antes da eleição presidencial de 2016, afirmou seu advogado.

Comey concordou em se sentar para um depoimento a portas fechadas na sexta-feira. Os republicanos do Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados se comprometeram a fornecer a Comey uma transcrição completa de seu depoimento em um período de até 24 horas, e ele terá permissão para "tornar qualquer ou toda a transcrição pública", disse o advogado de Comey, David Kelley, à Reuters.

Comey e os legisladores republicanos chegaram ao novo acordo um dia antes de os advogados comparecerem a audiência. Um juiz havia sido definido para emitir uma decisão sobre o pedido de Comey de anular a intimação e suspender o processo do Congresso - uma solicitação que nunca foi concedida por um juiz nos Estados Unidos.

No coração do caso está se o painel deve ou não forçar Comey a testemunhar em segredo a respeito de investigações do FBI sobre o uso de um servidor privado de email por parte da ex-secretária de Estado Hillary Clinton e se a campanha do presidente Donald Trump conspirou com a Rússia.

O inquérito liderado pelos republicanos tem sido atacado pelos democratas como um esforço partidário para minar a investigação paralela do procurador especial Robert Mueller sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016 nos EUA.

Moscou nega interferência e Trump nega conluio de campanha, chamando a investigação de Mueller de caça às bruxas política.

O advogado David Kelley argumentou na corte na última sexta-feira que os republicanos estão violando as regras da Câmara dos EUA ao não realizar uma audiência pública em que todos os membros da comissão possam fazer perguntas. Kelley acusou os legisladores de pressionar por uma audiência fechada para que eles possam vazar seletivamente partes do testemunho de Comey para minar a investigação de Mueller sobre a interferência da Rússia na eleição.

Mas Thomas Hungar, advogado da Câmara dos Deputados dos EUA, disse que um caso da Suprema Corte de 1975 conhecido como Eastland v. US Servicemen's Fund deixou claro que a Cláusula de Discurso ou Debate que está na Constituição dos EUA prevê completa imunidade para a emissão de tais intimações.