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Bolsonaro: Não seria irresponsável de indicar alguém sem competência para embaixada

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Imagem: Reprodução/Facebook

Lisandra Paraguassu

Da Reuters, em Brasília

19/07/2019 13h20

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) reafirmou hoje que indicará o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), seu filho, para ser embaixador nos Estados Unidos e rebateu as críticas de nepotismo ou despreparado de Eduardo alegando que não cometeria um crime ou enviaria alguém sem competência para Washington.

"É só consultar a súmula do STF (Supremo Tribunal Federal). Alguém acha que eu iria cometer um crime?", disse ao ser perguntado sobre o que diria aos que o acusam de nepotismo.

"Qualquer coisa que não der certo vai cair no meu colo. Eu não seria irresponsável de indicar um filho meu sem competência para uma função tão importante quanto essa", continuou.

O presidente confirmou que apenas espera a resposta do governo norte-americano sobre se aceita ou não Eduardo como embaixador para então enviar a mensagem ao Congresso com a indicação.

O governo prepara ainda o documento para ser enviado aos Estados Unidos para consultas sobre a indicação de Eduardo. No entanto, o aceite é dado como certo. A estimativa é que o processo leve ainda um mês.

Uma fonte palaciana contou à Reuters que consultas informais foram feitas ainda durante a viagem de Bolsonaro a Washington, em março deste ano, em que Eduardo acompanhou o pai e chegou a participar da reunião privada com o presidente dos EUA, Donald Trump. À época, o deputado ainda não tinha completado 35 anos, idade mínima para ocupar o posto de embaixador.

A revelação de que o presidente pretendia indicar o filho para o cargo foi feita apenas na semana passada, um dia depois de Eduardo completar 35 anos. A medida tem causado polêmica, com críticas mesmo entre apoiadores de Bolsonaro, mas o presidente já afirmou que não se importa com um possível desgaste gerado pela decisão.

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O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.